A lua cheia e a casa do fim da rua
Era uma casa no fim da rua.
Todas as noites os morcegos voavam sobre a casa. Havia nela uma chaminé alta por onde eles passavam para dormir.
Então, um dia, a lua apareceu no céu.
De início, a lua surgiu baixa, como se estivesse no chão da rua. Uma lua como se fosse uma abóbora, para se estender no chão!
Sabe o que faz uma lua cheia assim?
Ela toma de conta de toda a rua jogando raios de luz nas casas.
Mas a lua caminhava.
E nada melhor do que ficar sentada no céu olhando a chaminé da casa no fim da rua.
Quando a lua parou, toda a casa se pintou de laranja.
Foi um libertar de morcegos que voaram pelo céu com tanta claridade. E invadiram as árvores, as torres da igrejinha e o alto de um morro que ficava por trás da casa do fim da rua.
E no céu se desenhou uma nuvem escura de morcegos, momentaneamente, na frente de uma parte da lua.
— Quem foi que colocou uma cortina na minha frente?, — perguntou a lua.
Nem se sabe como foi a resposta, se é que houve alguém que respondeu a essa pergunta feita num salto que a lua deu fugindo da nuvem de morcegos!
Impulsionada pelo salto, a lua passou por cima da chaminé da casa e ficou mais ao lado, quase inclinada para o telhado da sala, de modo que uma menina que estava em sua janela ficou admirando o luar.
Como a noite estava muito quente, a lua sorriu para a menina e foi indo se balançando para uma praia.
E a lua foi no vento... Colorindo todo o céu de um laranja-vivo que é para deixar saudades!