Sonhos da Luisah
Autor
João Ricardo Costa
Ilustração e capa
Felix Velaz Ramos
Nenhuma criança pode ser feliz não convivendo
com seu pai e sua mãe mesmo que separados.
- Sérgio Moura
COSTA, Joao Ricardo. Sonhos da Luisah. 1. ed. : Amazon, 2016. p. 32. 1 v.
Obra registrada no Escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional.
CDD-028-5
Texto: João Ricardo Costa
Revisão: Tony Rodrigues
Ilustração e capa: Felix Velaz Ramos
Diagramação: Lucas Rodrigues Ribeiro
Sonhos de Luisah
uma menina alegre e sorridente, sorria porque
sonhava, sonhava com tempos melhores, com
sorrisos alegres, com passeios divertidos.
Imaginava uma vida que não era a sua havia
uma vida inteira. Mesmo sentindo-se pela
metade, como que faltando algo que ela sabia
muito bem o que era, mas ela não tinha para
quem pedir. E mesmo quando pedia ninguém
a ouvia, mesmo que gritasse em silêncio um
esperneio interior todos se faziam de surdos.
Por que o seu choro ninguém ouvia?
Luisah,
como era chamada, brincava com seus
brinquedos favoritos: a casinha de
bonecas, o Robô Robobo e a dinossaura
Dinorah. Eles eram seus amigos e para
eles ela contava tudo porque sabiam ouvir
e a entendiam como ninguém entende.
Sentindo a falta do seu amigo, que há
muito tempo não via, foi pedir à mãe
para vê-lo e brincar com ele como faziam
sempre que podiam. Infelizmente não
podiam fazer isso todos os dias.
— Mamãe, posso ir à casa do Papai?
Quero brincar com ele!
— Não, Isah, hoje não é dia do seu pai,
brinca sozinha ou com seu novo pai.
— Mas, mãe, a brincadeira só fica legal
com o papai!
Isah,
E Luisah chorou e chorou até não
ter mais lágrimas, pegando no
sono sentada ao lado de sua cama,
até que uma voz baixinha mas
insistente a despertou.
— Luisah, Isah, Isaaah...
— Quem é?
— Sou eu, o papai.
— Onde você tá?
— Aqui, ó, na casinha de bonecas
com o Robobo e a Dinorah.
Isah fecha os olhos e um pó mágico
e colorido que é o pólen das estrelas
toma conta do quarto, como em um
passe de mágica ela encolhe e fica do
tamanho do seu pai.
— E agora, como subo até aí?
— Faz igual o papai, usa a escada da
casinha de bonecas.
— Tá bom. Tô chegando!
Isah entra na casinha e dá a mão ao
papai.
— Papai, ver você era tudo o que eu
mais queria!
— Como é que você ficou tão pequeno?
— Quando amamos alguém podemos
guardá-lo sempre perto de nós. Por isso
me mudei para sua casinha de bonecas.
— Como eu faço pra ir até aí?
— Feche os olhos e use a sua
imaginação.