(10/40) Um dia tranqüilo
-Êta noite fria! Você não achou Beto?
-É, poderia ser menos fria se você dormisse do meu lado, estou com minha lã feito um casaco. - comenta o carneiro.
-Lá vem você com esse papo, eu não estava com frio seu bobo! - retruca Lolla.
-Não estou entendendo você, não acabou de falar que a noite estava fria?
-À noite. Não eu. Você se esqueceu do meu casaco, não sinto frio com ele.
-Pensei que fosse só enfeite. - fala Beto, o carneiro.
-Ai, ai, ai! Chega de frio, vamos tomar sol, o dia está lindo!
Como sempre, Lolla e Beto davam um jeito de se afastar do rebanho para uma voltinha pelos arredores.
As ovelhas estavam todas juntas para aquecerem umas as outras enquanto tomavam banho de sol.
-Vamos atravessar essa cerca? Dizem que ali adiante tem flores maravilhosas. - convida Lolla.
-Tá maluca! Não podemos sair das cercanias da fazenda, não sabemos o que poderá nos acontecer. Além do mais, importante como você é, ai é que não podemos nos arriscar.
-Tá com medo? Eu vou sozinha!
-Não, não, não, se você vai, eu também vou, tenho de cuidar de você!
Lolla sempre arranja um jeito de convencer os outros. Lá foi ela embrenhando na mata com seu fiel escudeiro Beto.
-Pôxa! Disseram que aqui era repleto de flores, não estou vendo nenhuma!
-Que flores coisa nenhuma, nós estamos no inverno e não na primavera.
-Você é mesmo burrinho, não sabe que flores dão em qualquer época.
-“Magoei”! Posso ignorar algumas coisas, nas não sou burrinho coisa nenhuma.
-Vem cá Beto, me deixa fazer um denguinho.
Quando Lolla chega perto, Beto se assusta, tropeça e cai. Lolla desata a rir.
-“Magoou”! Estou sentindo que machuquei minha pata traseira, e agora?
-É mole, você diz que veio cuidar de mim, agora eu tenho de cuidar de você?
Lolla lambe a pata machucada do Beto. De repente, um barulho.
-Quem está aí? - perguntam Lolla e Beto ao mesmo tempo.
Parecia um choramingo. Intrigados seguem o som para ver o que era. Para surpresa deles, um filhotinho de onça pintada estava perdido ali na mata. De cara, Lolla se apaixona pelo animalzinho.
-Vamos levar para a fazenda, Beto?
-Tá doida, Lolla! Onça pintada está em extinção, ficar com um delas dá cadeia, você vai querer ver Seu José preso?
-Claro que não, estou falando porque a mãe dele está caída lá em baixo no barranco. Provavelmente já morreu, e se o filhote ficar aqui, vai morrer, e ai mesmo é que a espécie vai acabar. – ela fala olhando para o fundo do barranco.
-Tudo bem. Vamos logo, antes que dêem por nossa falta!
Lolla abocanha o pescoço da oncinha, com carinho, e retornam para o aprisco. Beto as segue mancando.
Seu José estava nervoso, pois já havia dado por falta de Lolla e Beto. Quando os avistam, toma um susto.
-Que significa isso?
-Quero ser a mãe adotiva dela. - responde Lolla depois de depositar o filhote no chão.
-Nós não podemos criar onças. Ela é um animal selvagem, poria em risco a vida de todos.
-Se nós a educarmos desde agora num ambiente doméstico, ela será mansa. E se o IBAMA criar algum problema, compramos uma licença para criá-la. -- argumenta a ovelha Lolla.
Jocilei fica sabendo da intenção da Lolla e a procura para uma conversa.
-Lolla já trabalhei numa fazenda onde também se criavam ovelhas. Um dia, o dono comprou uma onça para criar. Passado o tempo, a onça fugiu de seu cercado e passou a comer as ovelhas. Pergunto: vai querer que aconteça a mesma coisa? Pode morrer Rubenita, Cida ou mesmo você quando ela crescer e tiver fome. Querida, na vida também é assim, podemos melhorar nossa imagem, mudar de lugar, mas ninguém pode mudar sua própria natureza. Até Deus respeita a natureza de cada um, e onças são selvagens.
-Está bem, faça o que é certo! - fala Lolla.
Continua amanhã...
-Êta noite fria! Você não achou Beto?
-É, poderia ser menos fria se você dormisse do meu lado, estou com minha lã feito um casaco. - comenta o carneiro.
-Lá vem você com esse papo, eu não estava com frio seu bobo! - retruca Lolla.
-Não estou entendendo você, não acabou de falar que a noite estava fria?
-À noite. Não eu. Você se esqueceu do meu casaco, não sinto frio com ele.
-Pensei que fosse só enfeite. - fala Beto, o carneiro.
-Ai, ai, ai! Chega de frio, vamos tomar sol, o dia está lindo!
Como sempre, Lolla e Beto davam um jeito de se afastar do rebanho para uma voltinha pelos arredores.
As ovelhas estavam todas juntas para aquecerem umas as outras enquanto tomavam banho de sol.
-Vamos atravessar essa cerca? Dizem que ali adiante tem flores maravilhosas. - convida Lolla.
-Tá maluca! Não podemos sair das cercanias da fazenda, não sabemos o que poderá nos acontecer. Além do mais, importante como você é, ai é que não podemos nos arriscar.
-Tá com medo? Eu vou sozinha!
-Não, não, não, se você vai, eu também vou, tenho de cuidar de você!
Lolla sempre arranja um jeito de convencer os outros. Lá foi ela embrenhando na mata com seu fiel escudeiro Beto.
-Pôxa! Disseram que aqui era repleto de flores, não estou vendo nenhuma!
-Que flores coisa nenhuma, nós estamos no inverno e não na primavera.
-Você é mesmo burrinho, não sabe que flores dão em qualquer época.
-“Magoei”! Posso ignorar algumas coisas, nas não sou burrinho coisa nenhuma.
-Vem cá Beto, me deixa fazer um denguinho.
Quando Lolla chega perto, Beto se assusta, tropeça e cai. Lolla desata a rir.
-“Magoou”! Estou sentindo que machuquei minha pata traseira, e agora?
-É mole, você diz que veio cuidar de mim, agora eu tenho de cuidar de você?
Lolla lambe a pata machucada do Beto. De repente, um barulho.
-Quem está aí? - perguntam Lolla e Beto ao mesmo tempo.
Parecia um choramingo. Intrigados seguem o som para ver o que era. Para surpresa deles, um filhotinho de onça pintada estava perdido ali na mata. De cara, Lolla se apaixona pelo animalzinho.
-Vamos levar para a fazenda, Beto?
-Tá doida, Lolla! Onça pintada está em extinção, ficar com um delas dá cadeia, você vai querer ver Seu José preso?
-Claro que não, estou falando porque a mãe dele está caída lá em baixo no barranco. Provavelmente já morreu, e se o filhote ficar aqui, vai morrer, e ai mesmo é que a espécie vai acabar. – ela fala olhando para o fundo do barranco.
-Tudo bem. Vamos logo, antes que dêem por nossa falta!
Lolla abocanha o pescoço da oncinha, com carinho, e retornam para o aprisco. Beto as segue mancando.
Seu José estava nervoso, pois já havia dado por falta de Lolla e Beto. Quando os avistam, toma um susto.
-Que significa isso?
-Quero ser a mãe adotiva dela. - responde Lolla depois de depositar o filhote no chão.
-Nós não podemos criar onças. Ela é um animal selvagem, poria em risco a vida de todos.
-Se nós a educarmos desde agora num ambiente doméstico, ela será mansa. E se o IBAMA criar algum problema, compramos uma licença para criá-la. -- argumenta a ovelha Lolla.
Jocilei fica sabendo da intenção da Lolla e a procura para uma conversa.
-Lolla já trabalhei numa fazenda onde também se criavam ovelhas. Um dia, o dono comprou uma onça para criar. Passado o tempo, a onça fugiu de seu cercado e passou a comer as ovelhas. Pergunto: vai querer que aconteça a mesma coisa? Pode morrer Rubenita, Cida ou mesmo você quando ela crescer e tiver fome. Querida, na vida também é assim, podemos melhorar nossa imagem, mudar de lugar, mas ninguém pode mudar sua própria natureza. Até Deus respeita a natureza de cada um, e onças são selvagens.
-Está bem, faça o que é certo! - fala Lolla.
Continua amanhã...