O Calor da Amizade......*

Havia numa vila muito bonita duas crianças que, não fosse por um amor divino, elas jamais poderiam ter sido amigas, e no entanto, permitiram que a bondade nunca deixasse de lhes tocar o coração e tão pouco a humildade.

Dante desde os três anos fazia natação e também tinha que frequentar as aulas de teclado que segundo sua mãe o estavam ajudando a progredir em outras disciplinas da escola. Nunca soube o que era ter cárie, podia usufruir da piscina da família ou do clube que frequentavam. Mas com o passar dos anos isso se tornou apenas algo que ajudava mas não era seu ideal de vida.

Erik desde os cinco anos tinha que ajudar os pais a juntar pedaços de madeira para cozinharem no fogão de lenha. As roupas que tinha eram recebidas de amigos dos pais e pessoas que sabiam que trabalhavam muito desde o amanhecer do dia até o anoitecer.

A mesma lenha que usavam pra preparar suas refeições era a mesma que os aquecia no inverno e de frente ao fogo podiam conversar sobre coisas simples da vida como um cobertor que queriam comprar mais tarde caso sobrasse mais algum vintém.

Dante por acaso o encontrou procurando galhos de árvores para levar para casa e perguntou do porquê de estar fazendo aquilo, e a amizade entre ambos surgiu. No dia seguinte Erik o estava ensinando a jogar futebol com seus colegas no campo de areia próximo à sua casa. As pessoas no local notaram que Dante era uma criança bem cuidada e com uma vida totalmente distinta das suas, mas nem por isso deixaram de lhe dar boas vindas.

Erik também o ensinou algumas coisas importantes como a desconfiar de pessoas estranhas que por acaso pudessem se aproximar dele apenas por dinheiro.

Dante começou a lhe trazer alguns materiais escolares que tinha de sobra para ajudar Erik nos estudos e também se prontificou a ajudá-lo em matemática. Anos mais tarde em inglês.

O tempo foi passando e apesar das vidas diferentes que cada um tinha, nada os impediu que pudessem manter a amizade. Prometeram um ao outro que seriam sempre amigos.

Os pais de Dante começaram a compreender com o tempo o valor daquela amizade. No começo ficaram contrariados com as saídas frequentes do filho para jogar futebol em um local desconhecido. Mas notaram que estava muito mais alegre, tinha mais apetite, mais brilho no olhar. Perceberam também que estava se dedicando com mais vontade aos estudos para poder ajudar seu amigo Erik.

Alguns meses mais tarde Dante sofreu um acidente que o deixou paralisado da cintura para baixo. Seus pais pediram a Erik que o visitasse sempre. Erik não conformado com a situação de seu amigo começou a lhe trazer os pedaços de lenha pedindo-lhe que segurasse nos braços enquanto empurrava sua cadeira de rodas até o local onde tinha que sempre preparar a comida com os pais.

Começou a aquecer suas pernas, a ajudar a movimentá-las. Pediu que fizesse algum esforço e não se entregasse ao acontecimento.

Em outros dias sua mãe lhe pediu que também acompanhasse Dante na fisioterapia na piscina e lá estava Erik o ajudando sempre com sua amizade.

Hoje Dante está andando de muletas, não precisa mais de cadeira de rodas. Seus pais são plenamente gratos pela ajuda de Erik.

Disseram aos pais de Erik que estavam muito comovidos com tamanha amizade e o quanto puderam aprender com seus filhos.

Erik continua seus estudos e também sua amizade com Dante. Ambos sonham em mais tarde escolher uma profissão em que possam ser úteis à comunidade.

Tudo porque num dia de inverno, uma amizade linda surgiu entre eles e o amor pela vida acima de tudo.

YOSHIE

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CARMEN YOSHIE
Enviado por CARMEN YOSHIE em 05/07/2007
Reeditado em 24/04/2017
Código do texto: T552930
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