Lógica infantil
Minha netinha, de quase três anos, vive um momento de grande interesse pelos cachorrinhos; uma mistura de medo, curiosidade e apaixonamento ao mesmo tempo:
- “Vovó, “puquê” o cachorrinho tá amarrado”? “Puquê” o cachorrinho tá sozinho? Ele não tem mãe? Onde está a mamãe dele”? “Vovó, onde vai aquele cachorrinho, ali”? “Olha, vovó, aquele cachorrinho na janela do carro... ele tá feliz”! “Aquele cachorrinho é “babo”, vovó? Tenho medo... mas eu queria “pegá” ele”... “Puquê” aquele cachorrinho “tá tisti”, vovó”?...
E assim vamos, passeando pela cidade. Cada encontro com um cachorro: uma parada, uma conversa; uma história que ela começa e que eu continuo, “viajando” com ela! Uma delícia!
Em minha casa, temos duas galinhas: Brigite e Lola. Todo dia, cada uma põe um ovo. Coisinha linda! Quando começam a cacarejar exageradamente, já sabemos o motivo, é só ir buscar: os ovos estão lá! A netinha sabe.
Hoje, no final de um dia intenso de aventuras com a vovó (eu!), enquanto o papai e a mamãe trabalhavam; saíamos tagarelando do seu apto, nos preparando para a despedida. No corredor, ouvimos o latido insistente do cachorrinho da vizinha de apartamento:
- Ó vovó... um cachorrinho...
- É... onde ele está? – perguntei, fazendo de conta que não sabia.
- Tá ali, no “apatamento” da vizinha, vovó.
- Ahhh... e por que será que ele está latindo assim? – insisto, imaginando que me diria que ele queria a mamãe dele. Fui surpreendida:
- Acho que ele “qué botá” um ovo, vovó!
Esta foi a resposta imediata, firme e muito clara da pequerrucha, que encaminhou-se para o elevador sem olhar para mim, decidida!
Fofa!