A comadre raposa e a cegonha

A comadre raposa e a cegonha

Para da lá serra, bem perto terras onde se plantava o arroz, havia muitos bichos e bichinhos, que viviam e criavam naquelas bandas, era onde a dona cegonha, se ia abastecer para se alimentar e dar comidinha aos seus filhotes. Ela voava, por vezes ficava bem no alto, e com seus olhos via onde andava algum animal, que ela pudesse apanhar, então abria bem as asas mergulhava e apanhava comidinha, para si e para os filhotes, que estavam em crescimento e comiam muito.

Também nos terrenos da serra, morava dona raposa, muito fina, manhosa, que rondava a ver se podia chegar a alguma casa, onde não houvesse cão, para poder roubar uma galinha, ou algum coelhinho descuidado, ela então, aproveitava a falta de atenção, para arranjar almoço ou jantar para os seus raposinhos.

Mas nos tempos que estavam passando, o arrozal tinha sido ceifado, com a seca não havia nada de comer, nem para a dona raposa manhosa, nem para a dona cegonha airosa, estavam mesmo sofrendo uma fome, que quase morriam. Assim a dona raposa, como era muito manhosa, convidou a dona cegonha, para almoçar com ela num domingo, para ver se podia enganar a cegonha, cujos filhotes já voavam. Assim no domingo combinado, a dona cegonha, foi encontrar-se com dona raposa, no sítio combinado, pensando com suas penas, que ia tirar o papo de misérias, comendo à farta à conta da dona raposa, mas enganou-se. A dona raposa muito matreira, fez uma papa com uns bocadinhos de carne e serviu o almoço, sobre uma pedra lisa, assim, enquanto ela comia a papa toda, lambendo a pedra, a pobre da dona cegonha, com seu longo bico não conseguiu comer mesmo nada, tendo saído com mais fome, do que quando chegou. Passado uns dias, foi a dona cegonha, que convidou a matreira da dona raposa, para um almoço, assim no domingo próximo, encontraram-se as duas comadres para o almocinho, que dona cegonha, como muito gosto preparou. A dona raposa nem comeu no sábado, para poder encher bem o estomago, à conta da dona cegonha, mas a dona cegonha, não esqueceu a fome que passou no almoço da dona raposa. Assim fez um bom petisco de rãs, lagartixas e alguns sapos que ainda conseguiu no arrozal, meteu tudo dentro de um cântaro, com o gargalo que só cabia o seu bico. Assim ia tirando o almoço, um bichinho da cada vez e ia-se enchendo, quanto a dona raposa, passou tanta fome, que quase perdeu as forças, para voltar para a sua toca.

Moral da história: Não faças mal à espera que te façam bem.

J. Rodrigues (Galeano) 03/09/2015

Galeano
Enviado por Galeano em 06/09/2015
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