Uma grande descoberta.
Num lindo dia de sol, combinamos acampar na floresta com um grupo de amigos, e assim, seguimos: eu, que sou a tia Neidinha, a Emília, a Narizinho e a Elsa.
Neste dia todos estavam prontos para descobrir as surpresas daquela floresta. Andamos, andamos enquanto seu lobo não vinha. Ainda bem que ele não veio! Devia estar ali por perto!
Mas os amigos estavam animados e não perderam tempo. Subimos em algumas árvores e fomos comer as frutas deliciosas, outro grupo foi tomar banho no rio e um terceiro grupo foi descobrir a beleza da natureza.
O dia passou e a noite chegou. Era hora de armar as barraquinhas para dormirmos. Então fizemos uma fogueirinha e ficamos ao redor dela para nos esquentar, pois a noite estava muito fria.
Nesta noite a lua era cheia e havia rumores que poderia aparecer certa “criatura diferente” e nos assustar. Ficamos com medo! Assim, fomos para dentro da barraca e permanecemos em silêncio e de olhos arregalados na espera de alguma coisa estranha aparecer.
De repente ouve-se um grito. Não sabíamos quem era. Nada aconteceu. O silêncio foi total e todos fomos dormir.
No dia seguinte Narizinho perguntou:
- Nessa noite vocês ouviram um grito?
Todos responderam que sim.
Tornou-se a perguntar:
- Sabe de quem era aquele grito?
Todos deram uma resposta:
-Um monstro!
Outro: - Um lobisomem!
Outro: - O dinossauro!
Narizinho falou:
- O mocinho com uma pena só de roupa e toca vermelha, pretinho e sabidinho. Ele pulava tanto! Era o saci! O neguinho camarada!
Ele parou e começou a conversar.
Então perguntou:
- Por que você é tão escuro assim? Por que você tem uma perna só? Por que seus dentes são tão brancos? A sua touca e sua roupa são dessa cor?
O saci sorriu e disse:
- Menina, do narizinho pequeno, é porque sou diferente. Isso tudo é pra fazer sorrir as pessoas que encontro pelo caminho, assim como você. De repente, ele sumiu em meio à floresta.
Narizinho percebeu que todos estavam assustados com o que ouviu, então descobriram que o saci era gente e que ele tinha de ser diferente.
Elsa ficou tão feliz que começou cantar sua música:
- “Livre estou, livre estou, não posso mais segurar. Livre estou, livre estou, eu saí pra não voltar, não me importa o que vão falar.”
No dia seguinte do nosso passeio à floresta as aulas começaram. Na escola vi muitas coisas novas e muitos coleguinhas novatos, todos muito diferentes. No recreio tivemos um momento especial com a participação de uma pessoa que veio da floresta. Sabem quem era? O saci! Ele olhava para um lado, olhava para o outro com sorriso no rosto e começou a dizer a todos nós.
- Vejo que nesta escola tem muita gente diferente, de lugares diferentes de gostos e jeitos diferentes assim como eu, então devemos ser amigos, porque precisamos um do outro. Pois o importante é receber amor, carinho, respeito e atenção.