Antes do Cheshire cat...
Acho que foi na revista O Sesinho que vi aquela coisa mágica: como desenhar um gato. E o que parecia um mistério para um infante como eu, ou o mano Beu - mas não ainda para o mui petiz, Zeluís - de repente, seguidas as instruções, ficava gatésimo, que vai ver até que miaria um dia.
Primeiro desenho, uma bola. E nem precisava ser muito redondinha. Depois, sobre ela, outra bolinha, cheia, ou só meiinha. E aí, de cada lado da bolinha, em par, puxadinhas, eram as orelhinhas. Uns fios finos e compridos, também da bolinha saídos, davam forma aos bigodes, se é que me acompanhar ainda podes...
E aí, no arremate, um rabo, pra direita ou pra esquerda, como lhe convier, e aí sim, tava completo o gato. Ficava de costas pro desenhista, mas quem sabe, bem na sua, olhando pra lua. Mas o rabo dizia tudo. Dava o DNA felino, e fazia rir qualquer menino. Era, de fato, um gato. Em um só ato.