Bichaninhos

Chamava-se Fradinho, o gatinho do petiz Luís. Rajadinho, mais pra miúdo do que pra gordinho, ah como era levadinho o bichaninho!

Um belo dia, na falta do que fazer, e no excesso do que lhe permitia o lazer, resolveu trepar numa frondosa árvore, lá nos fundos de um quintal.

Foi o seu mal. Um caçador, mirando-o da distância, tomou-o por um gambá. E pá! Eis no chão o Fradinho, mortinho.

Notado o erro, o caçador se desculpou, mas o gatinho não ressuscitou e o menino Luís, chorou, chorou!

Suas lágrimas, entretanto, não foram em vão. Anos mais tarde serviram para consolar o próprio filho, Aulinho, cujo gatinho, também rajado, teve um fim precipitado.

Mas nada de tiro aqui. Dormia tranquilo o bichinho no capacho, até que sem querer, e sem o ver, o pesado pé de Tia Lia, sob o corta-luz da cortina, o colheu, por debaixo, em meio ao cochilo, sono que ia tão tranquilo.

Paulo Miranda
Enviado por Paulo Miranda em 15/06/2015
Código do texto: T5277838
Classificação de conteúdo: seguro