D Janela da Mata se trancou.

D janela da mata,já não tinha muita facilidade para pensar, estava se sentindo velha. Há muito um cansaço, fazia-lhe confundir ordens recebidas,Abre,fecha,fecha, abre.E mal humorada ia levando a vida de janela.Mesmo assim resolveu ficar poderosa e fazer o que era mais eficaz, no processo de proteger o quarto do Pedrinho. Concluiu;é melhor ficar só fechada. E num impulso se travou.

Mas em sua visão embaçada , pelas suas frestas viu ao longe o seu Sol incandescente, que despontava no horizonte expandindo seus raios. E logo depois bateu na Janela da mata.

-D Janela da mata, bom dia! posso entrar?

-Bom dia seu Sol incandescente,mas não pode entrar. O senhor é muito quente e envolve tudo num calor terrível insuportável, não pode entrar

-Mas d. Janela da mata, preciso entrar. Abre suas bandeiras. Não está lembrando!sou aquele que dá vida as sementinhas.Tenho em meus raios, o que as pessoas necessitam para preservar a vida.Sou essencial, mato os micróbios que causam mal a saúde.

Não, não. Aqui não tem micróbios, seu Sol incandescente, está tudo limpo e rescende as fragrâncias das flores do seu Jardim Primoroso.Eu

é que protejo as pessoas e principalmente o Pedrinho dos seus raios fortes.

D.Janela da mata abre as bandeiras só um pouquinho, prometo não invadir o ambiente.

-Não abro, seu Sol incandescente é melhor ir andando, porque o tempo está passando.

-Verdade d.Janela da mata, tenho mesmo que cumprir meus horários.

-Pois então não perca tempo, vai embora.

Pouco depois novas batidas fortes foram ouvidas, -Quem é?

-Bom dia, d. Janela da mata, sou o Vento de todos os cantos.Preciso entrar abre suas bandeiras.

-Ave Maria, de jeito nenhum seu Vento de todos os cantos, Pedrinho está gripado e não pode apanhar corrente de ar forte. E o senhor é muito arruaceiro. Outro dia fez tamanha bagunça, que nem gosto de me lembrar. Jogou os livros de Pedrinho no chão, as folhas de exercício voaram que nem passarinho, As bolas foram parar debaixo da cama e até o palhaço solchuvento caiu de cima do armário e quebrou o nariz vermelho. Por todas essas traquinagens eu não abro as bandeiras.

-Mas d,Janela da mata, eu vou arejar o quarto do Pedrinho, prometo ser brando, Sou aquele que leva as sementinhas e que se reproduzem.

Também refresco o ambiente.

-Não, não,seu Vento de todos os cantos, favor não insistir, eu mesma estou sentindo seu efeito batendo forte nas bandeiras.

-Então,d Janela da mata, vou assobiando por aí, balançando os galhos das árvores. Volto mais tarde.

-Não precisa voltar seu Vento de todos os cantos dispenso sua volta o senhor não faz falta.

Pouco mais tarde, outras batidas lhe tirou o sossego.

Boa tarde, d. Janela da mata!

É.Boa tarde, d, Chuva dáguamela, o que a trás aqui?

-Abre suas bandeiras, d .Janela da mata ,porque vou entrar com minhas delícias de ar refrescante. Transformo o ambiente e fica bem mais saudável. Deixo tudo limpo até onde posso chegar.

-Ora, ora,d .Chuva dáguamela, não abro minhas bandeiras de jeito nenhum A última vez , que aqui esteve, eu descuidei e a senhora entrou. Atrevida como sempre molhou as cortinas e conseguiu inundar o chão. Molhou o tapete, os livros de estórias de Pedrinho ficaram ensopados.

-A desculpe d,Janela da mata, mais eu trago benefícios para seca,. As plantas, a natureza em fim precisam de mim. Sou útil. Dou vida as sementinhas, que se tornam árvores frondosas. As lavouras precisam ser irrigadas.

-d. Chuva dáguamela, aqui não tem lavoura nenhuma e eu não abro minha bandeiras e não vou lhe dar boa tarde. Vai ser útil em outro lugar, sua encharcada!

-E a senhora, d. Janela da mata, é uma mal educada. Também não lhe desejo boa tarde dua velha chata!

D.Janela da mata, respirou aliviada, Agora sim, vou proteger o Pedrinho e tudo vai ficar mais tranquilo. Não vou deixar que aconteça coisas desagradáveis. Num impulso se travou,''emperrou''.

No silêncio, adormeceu e sonhou...

Sonhou que era uma sementinha e que fora jogada pelo vento numa terra seca no meio da mata.Sentiu-se sem forças, triste, desamparada.

Assustada perguntou;

-Onde estou?

Ouviu um sussurro; sou o vento. Vou deixá-la aqui para que cresça e se torne uma bela árvore. Não fica assustada a natureza cuida de você. Pouco depois sentiu respingos de água e a sementinha se encharcou e perguntou;

-Quem é você?

- Sou a chuva, vou umedecer a terra seca para que você encontre vida

E a sementinha senti-se aliviada. Aninhou-se na terra e naquela elaboração ganhou forças. Viu quando uma claridade inundou a terra e ela sentiu-se aquecida.

-Bom dia, sementinha, sou o sol.Fonte de vida, crescimento para todos as plantas.

E o tempo passou e a sementinha foi crescendo.Sentiu o pequeno caule brotar se elevando para o céu com folhinhas verdes. E ao longo dos anos, tornou-se uma árvore de forte tronco. Encheu-se de galhos, folhas, flores branquinhas e uma linda copa se formou. Abrigava os passarinhos, que faziam seus ninhos nos galhos viçosos e cantavam...

Ah! como era bonito ouvir o canto dos pássaros...

Mais de repente d, Janela da mata foi despertada, não com o canto dos pássaros; era o barulho de uma ferramenta, que forçava destravar suas bandeiras e estas foram abertas.

D, Janela da mata olhou a natureza e pensou;

Fui uma uma bela árvore, passei pelo ciclo da natureza, que modifica todas as coisas. Nas mudanças permanentes ganhei uma atividade, pois a cada um é dada uma missão. Mesmo que haja monotonia, mas com paciência e amor vencemos. Eu fui destinada a ser uma janela para num constante abre, fecha,fecha, abre...

Tenho que ser solícita, educada,atenciosa para com todos.

Que venha seu sol incandescente,o seu vento de todos os cantos, a dona chuva dáguamela. Quero ser amável com todos, pois a eles devo minha vida de janela.

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Flor da Aurora
Enviado por Flor da Aurora em 03/06/2015
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