O MENINO QUE NÃO QUERIA MAIS SENTIR DOR
Pedrinho e Lucas são dois amiguinhos inseparáveis. Onde um está, lá está também o outro.
Ambos são muito inteligentes e muito questionadores, cada qual à sua maneira.
Por causa dessas características, os dois sempre se veem em acaloradas discussões.
É preciso ficar claro que as discussões deles são sempre muito interessantes e pautadas por grande respeito mútuo.
Certo dia, quando jogavam bola com outros coleguinhas, Pedrinho, sem querer, errou a bola e deu um chute na canela de outro coleguinha do time adversário, o Juninho.
Juninho gritava de dor, o que fazia com que Pedrinho ficasse cada vez mais assustado e sem graça por ter causado sofrimento ao coleguinha.
Então, Pedrinho pediu mil desculpas ao Juninho e, tentando amenizar a situação, disse:
___ que bom seria se nunca sentíssemos dores! Elas só servem para nos fazer sofrer.
Lucas, muito astuto, retrucou: ___ não fale uma bobagem dessas, Pedrinho! Se não fossem as dores, tudo seria muito pior. Por exemplo: apesar de estar doendo muito e de ter causado um hematoma na canela do Juninho, nós sabemos que não houve fratura, o que é menos mau. Você já imaginou como seria catastrófico se não sentíssemos dores? Nós podíamos até perder um braço, uma perna e não íamos perceber. A dor serve para nos alertar de que algo está errado conosco. E é por isso que, ao nos encostarmos em algo muito quente, ao espetarmos o dedo em um espinho, por exemplo, temos o reflexo involuntário de tirarmos a mão rapidamente.
As doenças são outros exemplos da grande importância de sentirmos dores. Graças ao desconforto causado pelas dores, sabemos que há algo de errado conosco e procuramos tratamento médico. Ou seja, a dor sempre nos avisa de que precisamos tomar alguma atitude para que tudo fique bem novamente. Por isso ela é tão importante e só existe para nos proteger, para preservar a nossa saúde e a nossa integridade física.
___ pensando bem Lucas, você tem toda razão. Talvez nós nem estivéssemos aqui brincando se não fossem as dores.
___ isso mesmo, Juninho!
Enquanto, sob a audiência curiosa dos demais companheirinhos de futebol, Lucas falava sobre a importância que a dor tem em nossa vida, a dor do Juninho passou e as crianças retomaram, alegres, a partida de futebol.