Cadê o hectógrafo, Nanda?
(Esta é uma historinha de passagem da vida de Nanda, em que não altero um ceitil sequer, mas fico ainda por entender a razão de tamanha metamorfose...coisas na boca de petizes....)
Quando éramos professoras na escola Mons. Domingos, onde hoje é o Museu, o trabalho era bem puxado. Todos os dias levávamos serviço para fazer em casa.
Minha irmã Luzia trabalhava com alfabetização dos novatinhos. E a escola muito pobre não tinha material didático. As crianças não podiam comprar o pré-livro.
O recurso foi trabalhar com o hectógrafo para tirar as cópias das lições. Em um tabuleiro, maior um pouco que uma folha de papel A4, colocava-se uma mistura de gelatina Anglo, glicerina, açúcar e água seguindo uma receita que minha irmã arranjou não sei com quem.
Hoje a receita está no Google para quem quiser aprender e fazer.
Deixava na geladeira dois dias. Então poderia usá-lo. Fazia a matriz num stencil e colocava por cima deste preparo já bem consistente. Ia passando a mão devagar para que o texto que estava registrado no carbono passasse para o conteúdo gelatinoso.
E depois de retirado o carbono, ia passando folha por folha neste preparado. Dava para tirar umas 20 cópias se a matriz fosse bem feita.
Um dia, minha irmã precisou deste hectógrafo na escola e pediu a um aluno que fosse até à casa dela para buscá-lo. Sua casa era bem perto da escola.
E no caminho ele se esqueceu do nome complicado que a professora havia falado. Quando a auxiliar abriu a porta ele foi logo dizendo:
A Dona Luzia mandou buscar o pifoda!