PATAQUARA
Pataquara, era um pássaro
Do Seu Ziquezira
Ninguém sabia direito que pássaro era
Se papagaio, arara, catatua.
Mas o bicho tinha um colorido especial
Meio verde, meio vermelho, meio branco
Às vezes rosado, com penacho azul.
Uma mistura de um cruzamento meio desengonçado.
Mas conversava o danado
Todo mundo que passava pela calçada
Do Seu Ziquezira, Pataquara falava alguma coisa.
Cantava também e assoviava.
Ninguém entendia como o pássaro falava tanto.
Tudo que ouvia, repetia.
Dizem que ele aprendeu com Mathias,
O sobrinho da Zulica, vizinha do Seu Ziquezira.
Eita menino danado!
Morava lá perto, mas enchia o saco do bicho.
Quando a D. Fafá passava vendendo quebra-queixo
Pataquara gritava é do bão, mas não quebra-queixo não.
E pra menina bonitinha que Mathias gostava,
Falava, vem cá, que Mathias quer te namorar.
Tinha gente que ficava com raiva, porque ele caçoava dos outros.
E tinha uns que diziam até que iam dar fim em Pataquara.
Mas o tempo foi passando e o bichinho envelhecendo.
Um dia calou para sempre e povo triste ficou.
Mas restou esta história para eternizar Pataquara
Não esqueçam não, era um pássaro sem igual,
E Pataquara acabou se tornando imortal.