PATAQUARA

Pataquara, era um pássaro

Do Seu Ziquezira

Ninguém sabia direito que pássaro era

Se papagaio, arara, catatua.

Mas o bicho tinha um colorido especial

Meio verde, meio vermelho, meio branco

Às vezes rosado, com penacho azul.

Uma mistura de um cruzamento meio desengonçado.

Mas conversava o danado

Todo mundo que passava pela calçada

Do Seu Ziquezira, Pataquara falava alguma coisa.

Cantava também e assoviava.

Ninguém entendia como o pássaro falava tanto.

Tudo que ouvia, repetia.

Dizem que ele aprendeu com Mathias,

O sobrinho da Zulica, vizinha do Seu Ziquezira.

Eita menino danado!

Morava lá perto, mas enchia o saco do bicho.

Quando a D. Fafá passava vendendo quebra-queixo

Pataquara gritava é do bão, mas não quebra-queixo não.

E pra menina bonitinha que Mathias gostava,

Falava, vem cá, que Mathias quer te namorar.

Tinha gente que ficava com raiva, porque ele caçoava dos outros.

E tinha uns que diziam até que iam dar fim em Pataquara.

Mas o tempo foi passando e o bichinho envelhecendo.

Um dia calou para sempre e povo triste ficou.

Mas restou esta história para eternizar Pataquara

Não esqueçam não, era um pássaro sem igual,

E Pataquara acabou se tornando imortal.

Ana Amelia Guimarães
Enviado por Ana Amelia Guimarães em 27/04/2015
Código do texto: T5222700
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2015. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.