LUA SUMIDA
Já passava da 22:00 h. e o matuto demostrava toda sua impaciência, andando de um lado para o outro, falava em voz alta:
- Cadê a lua? O que fizeram cum ela? Será o fim do mundo?
A cada minuto sua angustia aumentava, o tempo que sempre fora seu companheiro desta vez tornava-se seu maior inimigo, a escuridão tomava conta de toda propriedade
Enquanto a bicharada já dormia de velha, o pobre matuto entrava num profundo desespero, causado pela ausência de sua companheira noturna. Fitava por longos instantes o horizonte, além das montanhas que delimitavam sua propriedade, mas nem sinal, a lua ainda não havia aparecido.
Passaram-se horas a angústia aumentava, seu coração acelerado já não agüentava mais tamanha tristeza.
- O que fizeram cum ela. Dizia o matuto com lágrimas nos olhos.
Eis que de repente, como se fosse uma ilusão, aparece uma pontinha da lua espiando por trás das montanhas.
Com um forte grito o matuto pergunta:
- O que houve co’cê Dona Lua?
A lua se assusta por ter sido descoberta, não imaginava que alguém a esperasse com tanta ansiedade.
- Cansei de ficar no céu todas as noites e ver tanta maldade cometida pelos homens. A partir de hoje não iluminarei as noites, não serei cúmplice de tanta maldade.
- Mai num pode sê Dona Lua, sem a sinhora no céu o que vai sê dos casal di namorado que fica a sua ispera todas noite?
- Na verdade para os casais sirvo apenas como um pretexto para ficarem sozinhos nas noites, não estão realmente querendo me ver, ficarão bem sem mim.
- Mai Dona Lua – continuou o matuto - O quê vai sê do astrólogos e astrônomos que vivi estudando a sinhora?
- Há muito tempo deixei de ser o alvo principal dos estudiosos, as novas estrelas e os novos planetas despertam muito mais interesse que eu, todos ficarão muito bem sem minha presença.
- Mai Dona Lua, e o que vai sê dos poeta, dos trovador, que escrevi e canta em homenagem a sinhora?
- Não sou a única fonte de inspiração, com certeza eles encontrarão outros motivos para cantar e escrever, ficarão muito bem sem mim.
- Bão Dona Lua! Vejo qui a sinhora tá mesmo decidida, é uma pena, mai si a sinhora que assim, que seja feita sua vontadi, eu só quiria aproveitá e pela ultima veiz agradecê a sinhora di todo meu coração por todas as noite linda qui a sinhora já me proporciono, agradece pelo seu brilho prateado sobre a plantação, agradece a beleza do seu reflexo sobre as água do lago, e agradece por ter feito minha vida mais feliz. Queria aproveitá também e pedi descurpa por tudo de ruim que a humanidade fez sob seus raio, acho qui a sinhora tem razão, não merecemo e não sabemos da o valor a natureza maraviosa que nóis temos.
A lua então enxugando as lágrimas saiu com toda força iluminado a noite com seu brilho prateado, com um sorriso enorme de satisfação disse:
- Eu que já havia me esquecido que ainda existem pessoas que fazem tudo valer a pena, a sua simplicidade e a pureza do seu coração me fizeram mudar de idéia, enquanto existirem pessoas puras de coração eu nunca mais deixarei de iluminar as noites.