E o guarda-chuva?

- Acorda Marcus Vinícius! Levanta logo se não vai se atrasar para a escola, a mamãe já preparou o café.

Enquanto Viny relutava em abrir os olhos, sua mãe, Dona Flávia, já retirava o edredom que o cobria. Ainda com os olhos entreabertos Viny se dirigiu ao banheiro, automaticamente retirou seu pijama e entrou embaixo do chuveiro para finalmente acordar. Após o banho demorado, escovou os dentes, vestiu o uniforme da escola que já o esperava impecavelmente limpo e passadinho.

- Vem tomar café Viny.- Dizia Dona Flávia.

- Já to indo mãe – disse o pequeno Viny amarrando o cadarço de seu tênis, tarefa que se orgulhava em fazer sozinho.

Durante o Café Dona Flávia fazia questão de dar as ultimas recomendações para o pequeno Viny, isso o deixava um pouco irritado, afinal ele já tinha 6 anos e estava no 1º ano, não era mais uma criancinha.

Após o café, escovar os dentes novamente, pegar a mochila e...

- Viny pegue seu guarda-chuva, querido. – disse Dona Flávia.

Pronto! Ela tinha que estragar tudo, pensou Viny, que detestava usar guarda-chuva.

Todos os dias de chuva ou mesmo aqueles em que a chuva era apenas uma ameaça, ela não o deixava ir para a escola sem seu guarda-chuva.

E assim foi, com uma carinha de poucos amigos Viny seguiu com Dona Flávia para a escola onde o movimento já era grande.

Na sala de aula Viny mal comprimentou os coleguinhas, toda risada que ouvia achava que era por causa do seu guarda-chuva e ficava mais furioso ainda.

A professora entrou na sala radiante, comprimentou a sala e logo propôs a atividade do dia.

- Se vocês fossem o Prefeito de nossa cidade o que fariam em seu mandato?

Viny não pensou duas vezes e disparou:

- Eu faria um guarda-chuva gigante, que cobrisse a cidade toda, ai ninguém mais iria precisar usar guarda-chuva.

Foi um riso só, todos ficaram surpresos com a proposta pouco comum apresentada por Viny.

- Que bom Vinícius – disse a professora – Como seria esse seu guarda-chuva?

- Ah Professora! Seria muito grande, ele ficaria na praça, e quando chovesse era só abrir que ele protegeria a cidade toda.- respondeu Viny.

- É uma idéia diferente, mas você já pensou o quanto seria difícil para abrir esse guarda-chuva? - argumentou a professora.

- Não professora! Seria um guarda-chuva automático, bastaria apertar um botão - retrucou Viny.

- Mas e as plantinhas? Elas precisam de chuva para viver, o que seria delas?- insistiu a professora.

- É fácil professora, a minha mãe adora regar plantas, eu contrataria ela para regar todas as plantas da cidade.

Vendo que Viny estava irredutível diante de seu objetivo a professora deu seqüência a aula perguntando para os outros alunos, e assim seguiu a aula.

No final da aula, na saída Viny se preparava para armar seu guarda-chuva quando foi surpreendido por Sabrina, a menina mais bonita da sala.

- Vinicius, enquanto você não é o prefeito, poderia me dar uma carona no seu guarda-chuva até o portão.

Viny ficou vermelho e sua voz mal saiu.

- Claro Sabrina.

Foram até o portão, onde Dona Flávia e a mãe de Sabrina esperavam com um sorriso enorme.

- Como foi a aula querido? Perguntou Dona Flávia

- Foi boa mãe, hoje eu aprendi uma lição importante. – disse Viny.

- E qual foi meu pequeno? Perguntou a curiosa mãe.

- Ah Mãe! Usar guarda-chuva não e tão ruim assim.