Fome, pobreza e tráfico de mulheres: continua infelizmente a subordinacionismo e a humilhação de muitas mulheres.

Cáritas promove seminário sobre fome, pobreza e tráfico de mulheres

Os debates serão direcionados à realidade feminina e ao papel da mulher no enfrentamento das situações de violação de direitos e cidadania

Atualizada em 16/10/2014 às 09:23

Segundo a vice-presidenta da Cáritas Brasileira, Anadete Gonçalves, “a ideia é falar da fome, da pobreza e do tráfico, a partir de um olhar feminino, para com isso construir uma plataforma com propostas de políticas para a equidade de gênero”.

Logo na abertura do evento, a professora da Universidade de Brasília (UnB) e integrante da coordenação da Rede Ibero-Americana de Prevenção e Cidadania de Pessoas em Situação de Violação de Direitos, Maria Lúcia Leal, disse que as mulheres sofrem mais com a pobreza, mesmo quando estão inseridas no mercado de trabalho formal, onde elas trabalham mais, mas ganham menos proporcionalmente que os homens. “A pobreza tem que ser explicada pela questão das desigualdades, que precisam ser descortinadas”, defendeu.

“Para as mulheres, a realidade de carência é mais aguda, já que realizam inúmeras atividades que não são remuneradas, o que faz com que muitas vezes sejam dependentes financeiramente”, disse Maria Lúcia, para quem o cuidado da casa e da família são exemplos de atividades não pagas. Conforme a professora, é preciso entender que a pobreza está relacionada à forma de organização social e envolve, além da questão da renda, as diversas desigualdades, a exclusão social e a exposição das mulheres a situações de vulnerabilidade.

Uma dessas situações é a do tráfico de pessoas. Segundo a pesquisadora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), Márcia Maria de Oliveira, os últimos anos registraram aumento do tráfico de mulheres, que, de acordo com ela, têm sido levadas a migrar para fugir de situações de dominação, por causa das mudanças no mundo do trabalho, ocorridas após a crise econômica mundial ou, especialmente, devido à crescente indústria internacional do sexo, “setor da economia que mais cresceu em plena crise”, destacou.

https://www.rs21.com.br/?p=134211

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Enviado por J B Pereira em 13/12/2014
Reeditado em 14/12/2014
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