Um passeio com Lolly
Com Lolly, pelo quintal, todo dia era uma festa, até mesmo quando o inverno rigoroso nos mantinha encasacados. E aquele frio pavoroso, contudo, não nos impedia de circular pelos quatro cantos do lote tão plano que circundava nossa casinha em Anin/Waver, na Varsóvia de Chopin.
Na estação das frutas, os canteiros de morangos, truskawki, eram por demais cobiçados, sendo facilmente alcançados e continuamente degustados. E, quando devastados, ou ainda nem granados, era pelo bracinho, por sob a cerca de arame, que Lolly alcançava a graça, no canteiro vizinho. Pecadinho? No entanto, tão gostosinho...
E as brincadeiras no balanço, a bujawka? Duas vagas lá havia, para um eventual visitante, e o Nelsinho, da Venezuela, era seu mais frequente acompanhante. Lolly fazia questão de ir cada vez mais wysoka, e o pai inda conta potoca, de ver a filha em risadas puras, subindo a sumas alturas.
Entre os companheiros de folguedos, embora do outro lado da cerca, havia Agnieszka e Malgorzata e ainda seu irmãozinho, mas o nome ora me foge, daquele gentil polaquinho.
E tudo era diversão, mesmo quando chegava a neve, boneco se fazia dela então, que a lembrança da lambança, jamais prescreve.