As aventuras de um golfinho corajoso
Artur é um golfinho valente, que vive atrás de aventuras, porque quer sempre saber mais sobre o mundo que o cerca. Ele adora nadar atrás de tudo que lhe parece novo, porque acha o mistério fascinante.
Sua mãe lhe diz que tome cuidado. "O mundo é cheio de perigos, Artur. Melhor parar de fazer perguntas e sempre querer ir atrás do que não conhece, pois pode ter problemas."
"Mas, mamãe", diz o jovem golfinho, "Como vou saber o que é bom ou não, se eu não tentar conhecer? E não é melhor saber do que não saber?"
Por causa de sua curiosidade, Artur vive se afastando do bando, nadando atrás de descobertas. Os golfinhos mais velhos o alertam: "Vai encontrar tubarão, Artur."
Mas o golfinho continua, pois não tem medo nem de tubarão.
"Se encontrar um, dou uma cabeçada." Ele quer conhecer mais do mar, pois acha que a vida é mais do que apenas nadar e se alimentar.
Nas suas aventuras, Artur conheceu uma baleia jubarte, com a qual logo fez amizade. Ela o convidou para ouvir um coro de jubartes cantando, o que o encantou. Até o bando de golfinhos se interessou.
Um dia, uma tartaruga marinha, muito apressada, disse-lhe que ia botar seus ovos na praia. Quando ele perguntou o que era praia, ela deu risada.
"É um lugar cheio de areia, jovem golfinho. Vou colocar lá os meus ovos e enterrá-los. Lá, eles se aquecerão até as tartaruguinhas nascerem. De lá, elas irão para o mar."
A tartaruga se despediu e Artur ficou fascinado.
"Então o mundo é mais, muito mais do que água."
Muito animado, Artur contou tudo para a mãe e os irmãos. Mas estes lhe disseram:"Pare de tanta curiosidade. Por que querer saber tanto? De que isso pode nos servir?" Artur ficou triste.
Porém, ele não desistiu de se aventurar. E continuou a fazer amigos diferentes e muitas coisas conhecer, achando maravilhoso tudo o que podia ver.
Uma ostra muito simpática, certa vez, lhe explicou como produzia as pérolas no seu interior.
"Nossa! Como, a partir de algo que nos invade e nos fere, faz-se uma coisa tão bela como uma pérola?"
Sorrindo docemente, a ostra respondeu: "Não sei, pequeno golfinho. São mistérios que fazem parte de tudo o que existem."
Um dia, Artur viu uma coisa espetacular: um barco.
"Nossa, o que isso será?" começou o golfinho a se perguntar.
E, sem nenhum medo, pôs-se a acompanhar o barco.
Logo, um ser muito diferente pulou na água e o golfinho, sempre alerta, pôs-se a nadar ao redor dele.
O ser tinha nadadeiras estranhas, que impressionaram o golfinho.
"Ele não nada como um peixe, nem como um golfinho. Ele não tem cauda. O que ele será?"
Sem nada dizer, o estranho animal nadou, acompanhando o golfinho, esticando uma das suas estranhas nadadeiras e deslizando pela sua pele. Depois, outro ser, muito parecido com o primeiro, na água pulou. E o golfinho mais curioso ficou. Os dois foram nadando, bem devagar, seguindo Artur como se o quisessem acompanhar.
Em pouco tempo, chegaram à família de Artur. A mãe recomendou: "Cuidado, Artur. Não sabemos que animais são esses que vêm ao nosso lado nadar." Mas os dois animais apenas ficaram nadando ao lado dos golfinhos.
"Nunca vi esses animais" comentou um golfinho."
"Não parecem ser do mar, não nadam como nós." a mãe de Artur os observava, mais tranquila.
Os dois estranhos animais se afastaram e ao barco voltaram. Mas voltaram nos outros dias e os golfinhos com eles se acostumaram.
Uma vez, um tubarão dos dois estranhos animais se aproximou e Artur, prontamente, o desafiou.
O tubarão quis morder Artur que, sem recuar, deu-lhe duas cabeçadas, obrigando-o a se afastar.
Uma outra vez, um dos animais sozinho na água pulou. Nadou por um tempo mas, de repente, não conseguiu mais. Artur não entendeu por que ele parara de nadar e começara a afundar.
Mas que havia algo errado, o golfinho compreendeu e rápido nadou, colocando seu corpo abaixo do do outro animal que, fracamente, segurou sua barbatana.
Artur nadou até à superfície e os outros animais o viram amparando o seu companheiro. Rápidos, pularam na água, carregando-o até o barco. Artur, de longe, ficou a olhar.
Algum tempo depois, o que quase se afogara reapareceu e, ao ver Artur, o reconheceu. Nadou até o golfinho, deslizando a nadadeira por sua pele. Artur entendeu que ele fora lhe agradecer.
No entanto, um dia, o barco partiu. Artur foi à tona. O ser que ele salvara o viu e ficou agitando para ele sua nadadeira.
Desde então, Artur fez os outros golfinhos entenderem que o desconhecido nem sempre representa perigo e que, às vezes, deve-se arriscar para a verdade conhecer.