Pedrinho e o Código Secreto de Anna Auizl

E o Pedrinho recebeu um bilhete na escola. Ele estava em meio ao recreio e não ficou alegre com o evento. O bilhete era estranho e estava escrito de maneira também estranha:

- ... “Oarc Oedrinhp: iuf riajav moc seum saip. Oevd rhegac oentrd ed eintv uo arint siad.

Etenciosamenta,

Anna Auizl”...

O Pedrinho não entendeu nada do que estava escrito no bilhete, mas imaginou que havia alguma informação importante, mas passada num código secreto, o qual ele não sabia qual seria.

Ele guardou o bilhete no bolso e continuou a brincadeira com os colegas de classe até o final do recreio. Ele até se esqueceu do bilhete!

Ao chegar a casa reencontrou o bilhete no bolso da calça. Pediu ajuda ao pai: o pai também não entendeu nada. Pediu à mãe: ela nada entendeu e ainda achou que aquilo era uma bobagem de criança.

-Esqueça isso, Pedrinho; disse sua mãe. Não deve ser nada importante, senão teriam escrito na forma cursiva normal.

-É isso mesmo, asseverou o pai; isso é pura brincadeira, querendo causar espanto.

Pedrinho, no entanto, estava obcecado pela tradução daquele bilhete: queria a tradução e ver de quê se tratava.

Mais um dia de aula. Na hora do recreio, Pedrinho recebe mais um bilhete da mão de um menino com deficiência auditiva. No bilhete estava escrito:

-”Os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos”.

Mais uma vez o Pedrinho passou os olhos sobre cada uma das mais de cem crianças que brincavam, comiam ou conversavam no pátio da escola. Nenhum sinal, nenhum vestígio do autor ou autora dos bilhetes. O menino deficiente auditivo que lhe havia entregado o bilhete, já se dirigia sozinho à sala de aula. Ninguém que pudesse ser suspeito; que fazer?

Mais tarde, já em casa, mostra o novo bilhete para seus pais: eles continuavam sem nada entender.

-Bem, Pedrinho, disse-lhe o pai: alguém quer falar com você; isso é fato!

Aquela noite foi difícil par ao Pedrinho dormir; ele estava intrigado demais com os dois bilhetes e os relia, relia, relia, ... .

Numa certa manhã, muito tempo depois, com certeza pelo menos um mês depois de receber o primeiro bilhete, ao chegar à escola, encontrou-se com a amiguinha Anna Luiza, a quem não via há muito tempo. Pedrinho começou a conversa de mau grado, pois estava com muito sono. No entanto a Anna Luiza queria conversa e perguntou ao Pedrinho:

-Você costuma responder os bilhetes que recebe?

-Que bilhetes, disse o Pedrinho?

Que você recebeu através do nosso amiguinho especial!

-Como você sabe?

-Fui eu que enviei, você não leu?

-E como poderia, não entendi uma palavra!

-Foi por isso que enviei o segundo bilhete!

-Mas o segundo bilhete não explicava nada.

-Como não, Pedrinho. Era só você trocar a primeira letra de cada palavra pela última e vice-versa!

Ah, quando chegar em casa vou tentar entender...

-Faça isso. Até amanhã!

E o Pedrinho foi pra casa feliz da vida. Buscou em seus pertences o primeiro bilhete que havia recebido e leu a seguinte mensagem:

-...”- ... “Caro Pedrinho: fui viajar com meus pais. Devo chegar dentro de vinte ou trinta dias.

Atenciosamente,

Anna Luiza”...

Tio Babá
Enviado por Tio Babá em 09/11/2014
Reeditado em 09/11/2014
Código do texto: T5028672
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