FRANCISCO VENCEU A SI, RENUNCIOU AOS SEUS PROJETOS, DEIXOU DE LADO AS NARRATIVAS DO SANTO GRAAL E DO REI ARTHR, PARA SEGUIR JESUS MANSO, HUMILDE E POBRE
"Irmão lobo, tu és meu irmão", segundo evoca Padre Zezinho, ao cantar os episódios do jovem Assis
"Irmão Lobo, vá embora. Porque, os homens te querem matar."
O Lobo entrou pela floresta e desapareceu e deixou as ovelhas da vila em paz. Francisco lutou muito para ser diferente, mas não tão importante. Ser comerciante e militar foi-lhe um sonho fracassado. Contudo, os cristãos da prisão e o amor aos pequenos e pobres, leprosos e camponeses, fizeram-no vivenciar o amor fraterno. Foi um caminho de viver à margem e não no centro como seu Pai sonhara para ele. Com o carinho de sua mãe, Francisco descobriu o melhor: ouvir e seguir Jesus. O coração ficou apaixonado até que contagiou Assis e as redondezas. Ao ponto de vir gente de toda parte e até os árabes o admirarem. A Europa tinha ainda marcas das cruzadas e a influência árabe era muito forte. A disputa entre vilas e reinos eram a constante, inclusive narrações da Távola Redonda e os heróis da época eram o Rei Arthur e os cavalheiros medievais. Há quem testemunhava o místico caminho do Santo Graal, o último cálice que Jesus teve em seus lábios na última ceia pascal. Segundo essas lendas, os Reis cristãos deveriam descobrir a juventude eterna e a felicidade com o Graal e libertar a Jerusalém do domínio otomano. Essas crenças e o poder papal incitavam a organização e resistência cristã europeia e a libertação dos lugares santos. Coube aos Franciscanos o cuidado do Santo Sepulcro, lugar onde Jesus fora colocado após a crucificação. Francisco fora contagiado por esses mitos e crenças, porque era ouvido tais histórias desde criança. Mas, a maturidade juvenil e o fracasso dos projetos pessoais e a descoberta do Evangelho e sua radicalidade fraternal o levariam para outro lado. Não a busca fantástica do Graal, nem a militância das cruzadas. O califa da palestina admirava francisco, logo que o conheceu. Autorizou o místico de Assis, sem armas, com o Evangelho a peregrinar pelos lugares santos. A conversão de Francisco foi antes de ser o forasteiro na Terra Santa. Ele tocou a muitos! Santo Antônio quando viu Francisco, pediu aos superiores da Ordem regular de Santo Agostinho a licença para seguir os frades menores. Francisco morreu, mas sua obra nunca! A poesia mística foi elevada ainda mais com o pobrezinho de Assis. Este soube embalar a poética do Cântico das Criaturas, ouvindo e meditando como Maria as verdades do Reino, que Deus revela aos pequenos e humildes segundo sua liberalidade e providência divinas.
REFLEXÃO:
"Aquele que me achar, achará a vida e alcançará o Senhor a salvação." (Provérbios 8, 35).
"Eis o servo fiel e prudente, que o Senhor estabeleceu sobre a sua família." (Antífona do "Magníficat", das segundas vésperas de São José).
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Cantiga Por Francisco
Padre Zezinho
Meu amigo deixou seu dinheiro
Sua herança e os direitos que tinha
Era jovem demais o menino!
Disse o pai, o vizinho e a vizinha
Meu amigo encontrou a verdade
E em seu rosto banhado de luz
Pelas ruas de sua cidade
Meu amigo imitava Jesus
Irmão vento, irmão sol, irmã lua
irmão lobo, tu és meu irmão
Rouxinol, sabiá, criaturas de Deus
Somos obras de suas mãos
Meu amigo viveu sem ter nada
Por esposa escolheu a pobreza
Era jovem demais o menino!
Não podia ter tanta certeza
Foi assim que ele abriu um caminho
Para quem quer viver só de amor
Não ficou muito tempo sozinho
Gente nova o seguiu com fervor
Irmão vento, irmão sol, irmã lua
Irmão lobo, tu és meu irmão
Rouxinol, sabiá, criaturas de Deus
Somos obras de suas mãos
Hoje em dia nos jovens que eu vejo
Irrequietos, num mundo infeliz
Eu renovo a esperança e o desejo
De topar com Francisco de Assis
Calça Lee, pé no chão, mundo novo
Mil ideias de renovação
Eles são consciência do povo
Queira Deus que eles cresçam irmãos
Irmão vento, irmão sol, irmã lua
Irmão lobo, tu és meu irmão
Rouxinol, sabiá, criaturas de Deus
Somos obras de suas mãos
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