À Ilha do Tesouro

Próximo às embarcações, na ponte de madeira que adentrava o rio, Pedrinho pôs a isca no anzol e logo após lançou a linha com todas as suas forças nas águas piscosas. Raiava um lindo dia inundado pelos raios do sol.

A brisa vinda do oriente despertou mais ainda as atenções do garoto ao prenunciar ser aquele um dia de inusitada surpresa, através do sonho que tivera na noite anterior.

O cão Golias sentava-se a seu lado e entretinha-se com o voo ordenado das gaivotas.

Após alguns minutos de longa espera, algo se prendeu ao anzol e o seu peso fez com que o pequeno pescador ficasse de pé, iniciando o processo de remoção do objeto fisgado. Golias latia esganiçadamente imitando pose de seus parentes caçadores quando avistavam uma ave abatida.

Qual não foi a surpresa quando alçou o que pegara à tona! –uma garrafa! Sim, uma garrafa de casco escuro, sem rótulo algum, talvez presa às algas, parecia conter um papel de cor clara em seu interior.

Retirou o anzol infiltrado na cortiça que se fazia de tampa, destampou – Spock! -, e retirou um manuscrito dobrado minuciosamente.

O relato era de um homem que escapara de um naufrágio e refugiara-se numa ilha que ficava no oceano Pacífico, não se sabia o nome. O ano era de 1817 e a letra tremida referia-se a um tesouro enterrado no meio da vegetação pertencente aos piratas do navio em que ele viajava clandestinamente.

Pedrinho já ouvira falar de muitas histórias envolvendo pirataria, corsários, combates em alto mar, mas aquela narrativa o impressionara bastante.

O menino pescador recolheu seus apetrechos de pesca, guardou cuidadosamente a garrafa no depósito das minhocas, deu um sinal para Golias, e tomaram o caminho de casa.

Ao findar o dia, Pedrinho deu boa-noite aos pais e recolheu-se mais cedo ao quarto, aquietando Golias juntinho ao seu corpo, na cama macia de alvos lençóis.

O novo sonho, com certeza, traria mais informações a respeito da viagem que ele e Golias empreenderiam à Ilha do Tesouro.

Rui Paiva
Enviado por Rui Paiva em 29/09/2014
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