A borboleta
Lembro bem daquele dia
em que contente corria
pelas ruas molhadas
da leve chuva que caia!
Atravessei a rua rapidamente
nem percebi que em minha frente,
havia uma poça cheia d'água.
Pisei com firmeza e fiquei todinha enlameada!
Ria-me sem parar,
ria-me sem cessar,
pois eu era a borboleta livre a voar
pelos quintais que não podiam me parar!
Dia de chuva e de encanto
dias sem dor, nem pranto,
meus dias de espirais,
em que o vento me conduzia com seus ais!
A liberdade de meu voo sem amores,
debaixo das verdes árvores,
debaixo dos manguezais,
nas folhas do tempo se foram e não voltam mais!
Eu, a borboleta colorida,
com lacinhos de fita
presos em meus cachos magistrais!
Ainda corro solta ao vento, mas não nos quintais!
A borboleta que ainda tenho viva
sara a minha ferida,
me impulsiona sempre mais
a voar alto pelos imensos vendavais!