Uma estrela perdida

Um dia uma estrela caiu dentro de uma cesta de piquenique. Ficou apavorada, mas não conseguiu sair de lá. Passou o resto da tarde dentro da cesta, só observando todo o movimento pela fresta da cesta.

Tinha um bicho esquisito que balançava o rabo toda hora e corria pra lá e pra cá, fazendo um barulho estranho mais ou menos assim, au au. Depois descobri que o nome dele era Pituca e comecei a gostar dele, só porque ele era feliz.

Continuei espionando e vi um negócio muito estranho que andava, falava, parecia com o que eu conheci com o nome de gente, porém gente era uma coisa bonitinha, conheci algo que andava e falava era gente que eu gostei muito, queria até ser ela se ela tivesse brilho como eu.

Aquilo que eu estava vendo, parecia gente, mas era tão feio. Tinha cabelos abaixo do nariz, uma enorme barriga e não tinha cabelos. Fiquei impressionada com aquilo e ficava tentando entender, pois a menina que conheci que era gente me disse que todos têm cabelos, nariz, boca, anda e fala igual a ela. Mas, aquele era muito estranho, sua cabeça era lisa sem cabelos e brilhava com o reflexo do sol.

Chegou a noite e pude ver minhas amigas estrelas brilhando no céu e todos admiravam a beleza das estrelas e vi o quanto éramos admiradas aqui embaixo.

Percebi que todos ali era gente e o admirável ser do rabinho balançante era o cachorro da família. Eu também tinha uma família lá em cima e queria voltar, mas como?

Era gente pequena, uma menina muito linda dos olhos de estrelas que abriu a cesta e ficou me observando, foi então que senti que ela poderia me ajudar. Primeiro pedi para ela ficar quieta e só me ouvir, pois precisa muito que me ajudasse colocando-me numa folha de uma árvore bem alta para a lua vir me buscar.

A menina me ajudou e colocou-me na folha da árvore mais alta e pediu para eu deixa-la ver minha partida. Eu disse para ela não se preocupar, qualquer lugar que ela estivesse iria poder me ver partir, pois amigos nunca se perdem um do outro estão sempre juntos. E assim a estrela conseguiu voltar a brilhar no céu e a pequena menina a apontava feliz todas as noites e ela piscava agradecendo.

Quando apontava para o céu e dizia que tinha uma amiga estrela, ninguém acreditava e toda á noite a menina deitava-se na grama e ficava só observando as estrelas.

-Débora Dantas