O porquinho Ronroca

Ronroca era um porquinho metido a palhaço. Mas o coitado nem sempre se saía bem com suas palhaçadas, ele era bom mesmo para roncar.

Seu ronco era tão alto que os bois e as vacas só dormiam com as duas patas nas orelhas e as galinhas reclamavam a noite toda daquele barulho. Donca uma galinha muito enjoada, começou a fazer protesto no galinheiro e elegeu Galido, o galo mais bravo para ficar responsável pelo bom sono de todos.

Nos cinco primeiro dias cumpriu bem sua tarefa. Cada vez que Ronroca começava a roncar ele lhe dava uma bicada no traseiro e o porquinho mudava de posição e parava de roncar.

Galido não estava mais conseguindo passar o dia todo cantando e namorando como antes. De vez em quando, alguém o surpreendia tirando um cochilo em algum canto. As cinco galinhas mais fofoqueiras o galinheiro, não mediam distância para espalhar a notícia.

Maroca uma galinha velha, gorda e manca era amais fofoqueira de todas e gostava de enfeitar suas fofocas para ficar mais interessante e pedindo segredo dizia:

-Có... có...có... Não quero ser fofoqueira có...có...có...vocês já perceberam o jeito do Galido? As outras galinhas perguntavam curiosas:

-Có...có...có... O que foi que aconteceu Marroca?

-Có...có...có...O Galido está com aids.

Todas ficaram na ponta dos pés e esticaram os pescoços assustadas e olhavam uma para as outras falando todas ao mesmo tempo.

-Có...có...có... Não dá para acreditar, minha nossa!

Marroca prosseguia ainda mais entusiasmada com sua fofoca:

-Meninas... Tá aqui Catita que não me deixa mentir. Galido agora não é mais o mesmo, tá mais para soneca. Não é mais aquele galã, dorme o tempo todo. Dá uma pequena pausa e olha para todas por cima dos óculos e depois continua. Parece aquele anão da Branca de Neve, o soneca que só dorme. Paquerador como era e metido a cantor, vocês se lembram? Vivia imitando o Nelson Ned. Eu não sou raposa não, pra viver tão desprezado... Começa a cair uma chuva bem grossa e todos correm para se abrigar.

Os dias passam e o galo desistiu de vigiar Ronroca e passou a ser o Galido de sempre e tudo voltou a ser como antes. Ronroca voltou a roncar á vontade, pois colocaram um abafador de roncos no seu focinho.

E a paz voltou a reinar, até que as fofoqueiras inventem outra fofoca e comece tudo de novo.

Autora: Débora Dantas dos santos