Samis e eu
Éramos dois amigos inseparáveis, embora fossemos tão diferentes. Eu um pirilampo muito calmo e Samis um coelho esperto, tagarela e arrogante.
Ás vezes saíamos juntos só para brincarmos no bosque e todos conheciam Candes e Samis, éramos conhecidos como os inseparáveis.
Juntos, já vivemos grandes aventuras. Uma delas, quando nos perdemos numa gruta com milhares de morcegos. Samis estava com muito medo e pedia a todo instante que eu ascendesse a minha luz. Mas minha luz não era quase nada, diante daquela terrível escuridão.
Eu e Samis, saímos pulando sem rumo tentando encontrar uma saída e afastávamos cada vez mais. Já estávamos completamente desesperados, quando avistamos uma enorme claridade e não conseguíamos nem fixar nossos olhos curiosos.
Samis estava com os óculos de sol da sua mãe no bolso e rapidamente pediu que eu o colocasse para ver que luz seria aquela, pois ele estava com tanto medo que não teria coragem de olhar. Pensei meio assustado. Seria o monstro da luz? Não havia outra alternativa,
então respirei forte e criei coragem colocando os óculos para ver que luz seria aquela.
Para minha surpresa, era um baú enorme cheio de ouro. Naquele momento fiquei paralisado de boca aberta, sem conseguir raciocinar.
Samis perguntou assustado o que eu estava vendo, mas eu não conseguia dizer uma só palavra. Fiquei paralisado mais ou menos meia hora até que meu amigo deu um tapa em minhas costas pensando que eu estava engasgado.
Foi então que gritei com toda força que estávamos ricos e Samis arrancou-me os óculos para olhar também e saiu me puxando pela mão até onde estava o grande baú. Quando colocamos as mãos no baú, surgiu um gênio e disse que para conseguirmos todo ouro, teríamos que cumprir uma promessa.
Estávamos com muita pressa para colocarmos as mãos naquele ouro e perguntamos juntos qual seria a promessa. Ele ficou nos olhando fixamente por um tempo e disse que seria fácil, mas se prometêssemos que cumpriríamos o seu pedido todo ouro seria nosso. Era algo muito fácil de cumprir disse ele.
Nós já estávamos desesperados para saber a tal promessa e pedimos quase implorando que a dissesse logo. E para nossa surpresa não seria possível cumpri-la, talvez essa fosse a única que jamais cumpriríamos. Ele nos pedia que prometêssemos que daquele momento em diante nos tornássemos inimigos pelo resto da vida.
Não precisamos nem pensar e juntos falamos que seria impossível, não trocaríamos nossa amizade por nada, aquele ouro não compraria nossa amizade.
Então o gênio nos transportou para fora da gruta e lá estava eu, Samis e a nossa amizade. Olhamos um para o outro e sorrimos felizes, nossa grande amizade era nosso maior tesouro.
-Débora Dantas dos Santos