A CORUJA QUE NÃO SABIA DORMIR
A coruja arregalava os olhos,
Mexia o pescoço pra lá e pra cá...
Via os bichos que tem insônia
Falando sem parar.
Bicho a noite não dorme, parece até coisa de assombração,
É barulho de mato mexendo,
é barulho de galho quebrando,
é um tremendo barulhão.
A coruja assustada, coitada,
Não consegue fechar os olhos nem um instante,
Quando pensa em tirar uma soneca,
Vem outro barulho irritante.
Mas que culpa tem os bichos
Se de dia é mais gostoso descansar,
Embaixo de uma árvore bem grande,
Ou na sombra do bumbum do elefante.
A coruja que não fecha os olhos nem imagina,
Já está quase amanhecendo,
E todo aquele falatório animal
já estava emudecendo.
Descanse coruja, porque mais tarde
Será noite de novo no nosso quintal.
Doni/2014-maio