Ter amigo é bom...é muito bom....
Ter amigos, é bom... é muito bom
Estava eu, em São Paulo, acompanhada por duas netas por conta do encerramento do ano letivo nas escolinhas. Parece que tudo começa por lá.
Rascunhei esta estorinha, logo cedinho, em folhas de papel deixadas por ali. E como quem não quer nada, contei para Maria Eduarda e para Valentine.
Uma... duas vezes. E criança contenta-se com pouco?
Passou um tempo... tomaram café e de repente eu as vejo sentadas, uma de frente para outra. A Maria Eduarda com a folha de papel na mão, repetindo a estória. Sem entender a letra da avó, porque era rascunho, do rascunho. A gatinha Mia estava sem voz, a Valentine colocou por conta própria. A Maria Eduarda foi colocando a sequencia dos visitantes, mais de uma vez. Eu, interferindo, fui dizendo... tirarei alguns toc, toc. A Maria Eduarda...” não tira, não. A gente pode não ouvir bater.”rsrs
Para explicar sobre o que seria “acolhida”, precisava de uma referência, e porque não, o sorriso da Luísa?. Quer um sorriso mais acolhedor? Ao falar da Mia, abaixavam a voz, quase sussurrando.
Elas acabavam de contar a estória e já iam se dando as mãos, levantando - se e começavam a pular. Eu ficava só olhando, minhas co-autoras rsrs
Nesta última visita da Valentine a Bauru, me perguntou:
- Vovó, o que é acolhida, mesmo?
A Maria Eduarda volta e meia me dizia que a entrada dos amigos estava diferente, da primeira vez que eu a contei. Tive que retomar o rascunho. E ficamos trocando idéias.
Bom... Pensei... Colocarei esta experiência no Blog e seja o que Deus quiser. rs
Férias...
Vizinhos, amigas, viajando.
A menininha Maria Eduarda está desolada. Cruza os bracinhos e reclama:
- Que chato! Que chato! Fazendo biquinho para chorar.
Não tenho ninguém para brincar.
- Que chato! Que chato!
De repente, coisas estranhas começaram a acontecer... Ela ouve uma batida na porta.
Toc, toc, toc,
- Quem é?
Ela sabe que não pode abrir a porta para gente que não se conhece.
Não pode, não.
- Eu sou sua amiga das terras distantes...a Valentine. Sabe quem veio junto? A nossa amiga Luísa
A Maria Eduarda começa a se alegrar.
- Oba! Ter amigos é bom...
- Entra, entra...
-Fiz um suco bem agora; está fresquinho. Vocês devem estar com sede e cansadas...
Uma queria falar mais que a outra. Era tanta saudade!
Toc, toc, toc.
- Quem é?
- Au, au, au... Eu sou a cachorrinha Mel...Os olhinhos da criançada brilharam!
Amigos, animalzinho... é bom, é muito bom!
- Entra, entra...
A Valentine já vem correndo e como faz ao encontrar cachorrinhos na rua, grita:" ele é bonzinho?" A Mel brinca, a derruba; é só gargalhada de criança. As duas rolam pelo chão... A Luísa larga seus blocos de encaixar e já vem batendo palminhas... Mel, Mel... e entra na brincadeira...
A Maria Eduarda se diverte... “Essas minhas amigas são louquinhas” rsrs
Quando conseguem se acalmar, o toc, toc, começa de novo
- Quem é?
- Eu sou a senhora alegria!
Nossa! Amigos, cachorrinho, alegria... é bom... é muito bom!
- Entra, entra.
Junte-se a nós. Esta casa está ficando uma delícia!
Mas não parou, por aí, não... Tinha mais gente para chegar.
Toc, toc, toc...
- Quem é?
É o senhor abraço e trouxe a senhora acolhida.
Abraaaaço...
Sabemos o que é... ganhamos muuuuuuuitos. E é bom...
- Acolhida?
- O que é isto?
Uma ficou olhando pra outra com carinha de interrogação. ?
Nesta hora, a contadora de estórias entrou.
- Acolhida é quando um amiguinho gosta que você fique brincando com ele. Quando você recebe um sorriso lindo. Olha para Luísa! Que sorriso mais cativante, mais alegre! Até seus olhinhos riem. Ela está acolhendo vocês. Quando a vovó faz panqueca para comerem com mel, está acolhendo. A Valentine completa. Então...quando eu crescer, vou fazer para minha filha..A Maria Eduarda espertinha emendou... Ah! quando eu chego da escola e tem bolo de chocolate, não é vovó ? Isto, mesmo! Quando se abraça, também. O suco que você serviu para suas amigas, é acolhida, viu?
Ah! Então... Ser acolhido e acolher é bom, é muito bom..
- Entra, entra...
Maria Eduarda nem se lembrava mais de cruzar os braços e falar:
- É chato! É chato!
Tudo estava ficando muito divertido!
Ela então sugeriu... Vamos brincar?
Mas, nisso todos ficaram espantados!!
Ouviram um toc, toc, bem baixinho... e uma voz.. miau... miau...fininha...
- Eu sou a gatinha Mia; quase nem a ouviam...
Uma olhou pra outra.
Gatinho... cachorrinho, na mesma casa... será que vai dar certo? As opiniões se dividiam, mas já foram chegando perto da porta. A Luísa foi a primeira; miau, miau e apontava a porta, sorrindo como sempre.
Então a Maria Eduarda se lembrou, com ternura.
Temos amigos, cachorrinho, alegria, abraço, acolhida... Vai dar certo! Não tem como não dar.
- Entra, entra, entra...
Antes de brincar vamos alimentar os nossos animaizinhos...
Quem tem... tem que cuidar, não é criançada?
-Siiiiiiiim.
- Mia, você, já descansou? Está mais fortinha?
- Pronto! Agora, sim...
Formando os pares!
A Maria Eduarda, dança com a Valentine.
A contadora de estórias entrou na brincadeira para dançar com a Luísa, porque ela é pequenina.
A Mel dança com a Mia.
O abraço com a acolhida.
E a alegria? Quem será seu par?
Psiu... psiu... hei, você...
Eu?
- É você mesmo, leitora desta estória...
- Quer brincar com a alegria?
- Ótimo! É assim que se faz...
Todos de mãozinhas dadas...
Vamos começar a dançar... Bem bonito !!!
Batendo palmas... Heeeeee!
“Vai, vai, vai começar a brincadeira
Tem charanga, tocando a noite inteira
Vem, vem, vem ver o circo de verdade
Tem, tem, tem picadeiro de qualidade.”
Olynda Bassan