A Lenda do Vulcão
Há muitos e muitos anos
Numa certa região
Morava numa montanha
Um forte e grande vulcão.
Era o terror da aldeia
Com sua voz de trovão
Cuspindo larvas vermelhas
Fazendo destruição.
Quando o vulcão se zangava
Descia que nem um louco
Destruindo toda aldeia
Com sua língua de fogo.
Por amor à sua terra
O povo não se mudou.
E com força e esperança.
Na sua aldeia ficou.
Tudo foi reconstruido
As casinhas, o jardim
A igreja, a torre, o sino
O cercado de jasmim.
Alguns anos se passaram
O vulcão adormeceu
Todos viviam felizes
A aldeia renasceu.
Mas o demônio das trevas
Ao vulcão logo ordenou
Que lavasse toda a aldeia
Com sua água de calor.
Dizem que naquela noite.
O vulcão pos-se a chorar
Pois amava os pescadores
E as crianças do lugar.
E o demônio das trevas
Ao vulcão não deu ouvido
Disse _ Derrama sua lavra
Tudo vai ser destruido.
Conta a lenda que às seis horas
Na igreja o sino tocou
E o vulcão pediu a Deus
Que lhe tirasse o calor.
Anjos da Ave Maria
Com suas roupas de algodão
Voaram sobre a cratera
Abençoando o vulcão.
Apavorado o demônio
Que não conhecia a luz
Foi tragado pela terra.
Pelos Anjos de Jesus.
Nesse momento o vulcão
Entrou em erupção
Suas lavras viraram flores
Perfumando todo o chão.
Desde o dia do milagre
Muita coisa aconteceu
Seu topo cobriu de flores
E o arco-iris nasceu.
Dizem que ao tocar de Angelus
Quem olha para o vulcão
Vê no meio do canteiro
Um enorme coração.