UM ANJO QUE SE CHAMA SOLIDÃO

Seatle

Single

Dingle

Light

in night:

insight

at eight

Na cidade de Seatle havia um bosque. Dentro dele um anjo que se chama Solidão. Esse anjo roubou o coração da menina Velma.

Velma era órfã e morava com uma parente distante, que substituiu sua mãe. O filho dessa senhora era seu tutor. Não podia sair sozinha, pois não era de bom tom a uma moça de sua idade.

Numa tarde quente, sentindo-se entediada, pediu para tomar um pouco de ar. Foi ao bosque colher flores. Quando deu por si já estava muito longe da calçada e das avenidas da cidade.

De repente avistou um anjo com brilho violeta azulado que estava com a asa ferida: era Solidão. A menina se condoeu de seu sofrimento e quis ajudá-lo. Então Solidão disse que estava a sua espera, pois somente uma jovem de coração puro poderia compreendê-lo e curar seu sofrimento.

- Eu sou Velma. E você?

- Eu sou Solidão. Não tenha medo. Sou um anjo e vivo só nesse bosque.

- Porque está ferido?

Porque algumas pessoas me procuram, mas depois se arrependem. Vivem de um relacionamento a outro. De sentimentos superficiais, não se apegam a ninguém.

- Já entendi, Solidão. Você é importante para que repensemos as nossas amizades e relações de afeto.

- Faça-me, agora uma atadura na asa. Você será recompensada. Seu nome será escrito no livro da vida.

A menina fez o que o anjo do bosque lhe pediu. Voltou para casa com o buquê de flores colhido e com a sensação de dever cumprido. Além disso sua alma estava leve e seu coração transbordava de felicidade.

Algum tempo depois, ao voltar à calçada, encontrou um jovem com ataduras no braço. Seu nome é Sólon e era seu novo vizinho.

Quando se encontravam, ficavam "horas" em silêncio e seus olhos diziam mais que palavras. Aos poucos o amor tomou conta dos corações de ambos.

Essa história foi inspirada por uma cantiga de roda.

Vilma Dias