Estela, a estrelinha
Lá no céu, lá no alto,
onde o homem não chega,
onde o pássaro não voa,
onde o barulho é um silêncio,
e o escuro é o que se vê,
vive ela,
linda e bela,
brilhando sempre,
Estela, a estrelinha.
Cintilante e forte,
de um ofuscante verde,
vive a observar a Terra,
nosso lar.
Tudo se passa e todos se movem,
mas ela fica impassível.
Não entende a vida ainda.
É uma criança, com apenas
alguns milhões de anos.
Um dia resolveu ver a Terra de mais perto,
e o seu brilho aumentou.
E brilhou forte,
brilhou, brilhou, brilhou,
mas ninguém a viu, pois o Sol não deixou.
Então, brava ficou e resolveu se apagar,
mas ninguém notou pois a Lua estava a brilhar.
Gesticulou, então, para outras estrelas,
mas estava longe demais para ser notada.
Entre tantas estrelas no céu,
como iriam perceber a sua acenada?
Deu, então, cambalhotas,
muitas explosões, virou de um lado e do outro,
rodopiou e
depois de muito tempo se cansou.
Triste ficou e uma lágrima escorreu dos seus olhos.
Foi quando, vindo de longe,
numa velocidade impressionante,
um objeto chamou sua atenção.
Era Lumina, a jovem cometa,
que de longe vinha a passear.
Pelo céu levava sua longa e bela cauda,
que como o véu de uma noiva,
viajava entre os planetas a ziguezaguear.
Seu brilho também era verde,
tal qual o de Estela.
Chorar, Estela já não precisava mais,
uma amiga encontrou no céu.
Entre tantas estrelas e planetas,
todos preocupados com seus brilhos e órbitas,
a amizade da cometa a acompanharia
no céu, por todos os seus dias.
Mas, o seu caminho Lumina precisava seguir.
Parar não podia, tinha que partir.
Sua cauda pelo universo precisava levar,
a todos quanto a vissem iria encantar.
Mas, em breve voltaria, pois em círculos seguia.
Assim, despediu-se, deu uma volta, mergulhou,
e se foi.
Tristeza não deixou.
Para quem vive tantos anos como Estela,
um ciclo de uma cometa dura apenas um dia.
Aguardaria a sua volta fazendo aquilo que faz melhor:
Brilhando!
Agora o céu já não parece tão escuro,
ou frio, ou solitário.
Estela continua observando a Terra e começa a entender,
como a vida é bela.