Uma Janela para a infância
De repente o céu
Destacou-se mais que devia
E o azul ficou mais azul
Tão radiante, vesti-me de infância novamente
Na janela, parei e contemplei,
Ganhei meu tempo de volta
No vai vem do vento
Meus olhos brilharam
Vi-me perfeita moleca
Correndo, pulando
As tranças da boneca
Davam vida aquele instante
De repente ficou eterno
A gritaria dos meninos
Dava ritmo pulsando
Meu coração
As coisas de antes
Pairavam a minha lembrança de criança
As tarde longas de um verão intenso
Com sabor de arroz doce
E as noites escuras
Exalavam jasmim
Pirilampos fugiam
Das nossas travessuras