FIFINHA
Fifinha nunca deixava suja ou desarrumada a sua toca, porque ela era uma ratinha bastante asseada.
Antes de sair, ela se colocava à porta para olhar
bem e saber se o gato da casa estava por perto. Caso a área estivesse livre, ela sairia para buscar a comida e passear também.
Como o Mimi era um gato muito dorminhoco, Fifinha, às vezes, se arriscava a sair. Fazia isso com muito cuidado, quando via que ele estava dormindo em cima do sofá, pois sendo seu predador natural, era um grande inimigo.
Um dia, ela, com medo que Mimi acordasse e a agarrasse, saiu para mais longe.
Na rua, ia se distraindo, enquanto procurava algum pedaço de queijo velho. Ia vendo crianças brincando, meninos correndo, as pessoas passando e acabou fazendo amizade com uns passarinhos. Eles estavam nas calçadas, catando umas migalhas de pão e bicando restos de frutas caídas. Bem animados. Ali perto saiu de um buraco, um outro ratinho que veio se juntar ao grupo. Estava tudo muito bom. Mas sempre há o risco de aparecer alguma grande ameaça. E foi o que aconteceu.
De repente, um pardal que estava ali, viu um daqueles gatos de rua. E mais outro.
Eles são muito espertos e bravos, porque não têm a comidinha certa que o Mimi tinha em casa . E precisam caçar, se quiserem comer. Não têm calma pra dormir, com a barriga vazia. São bem diferentes, portanto. E mais perigosos.
Então o pardal e os outros passarinhos, vendo aqueles gatos, magros e sabidos, voaram rapidamente, fugindo deles.
Fifinha também correu com o novo colega, para o buraco de onde ele tinha saído. Ali, o inimigo não poderia entrar. Na urgência, aquele abrigo valeu. Mas o que Fifinha queria, era voltar para a sua toca. Mesmo com a presença de Mimi, lá ela estaria mais resguardada. A rua era muito perigosa. Com aqueles gatos bandoleiros. Mil vezes a segurança de sua aconchegante casinha!