O MILHARAL

Todos os dias os irmãos porquinhos iam até o milharal e comiam todas as espigas que podiam. Nada os atrapalhava. Ficavam ali, brincavam, depois largavam tudo pra lá e iam embora. Bem contentes e saciados.

Mas um dia, quando chegaram, não puderam fazer o que faziam todos os dias. O milharal estava todo cercado. Não podiam entrar. Era cerca com arame cheio de pontas que machucavam.

Taco e Roti ficaram desolados. Como poderia ter acontecido aquilo? Agora, aquele passeio tão legal estava totalmente prejudicado. Essa, não! Tinham que fazer alguma coisa. E começaram a pensar. Quem poderia ajudá-los? Será que os passarinhos poderiam pegar com os bicos e trazer até eles? Não. Isso não daria certo. Os bicos são pequenos e não trariam bastante milho para encher as suas barrigas. Ah! Quem sabe, as girafas ? Elas têm aquele pescoço comprido e poderiam pegar as espigas por cima das cercas. Mas, onde encontrar uma girafa ali? Elas vivem tão longe! Ai...ai...ai... Temos que encontrar um jeito. Não vamos ficar sem nossas suculentas espiguinhas de milho.

- Já sei! – disse Roti. Vamos procurar o tatu.

- O tatu? – perguntou Taco.

- Sim. Ele sabe cavar buracos.

E assim, saíram os dois, procurando a casinhola do tatu. Este, lhes disse que seria necessário encontrar um lugar meio escondido para ser a saída do túnel que ele ia cavar. Essa saída acabou sendo embaixo de uma árvore. Se fosse num lugar muito visível, o dono do milharal poderia tapar a portinhola. E aí os pobres porquinhos ficariam presos.

O tatu teve que trabalhar muito. Chamou os companheiros e cavaram um túnel bem grande, que ia dar bem dentro da plantação de milho. Isso foi a alegria de Taco e Roti. Dali em diante, não haveria mais problema. Era só passar pelo túnel e logo estariam saboreando as gostosas espiguinhas. Estavam muito gratos aos amigos.

Quando recebemos um favor, devemos sempre retribuir. Por isso, como pagamento, eles mostraram aos tatus, um canto onde havia muitas larvas e insetos . Aquilo era o prato predileto e um verdadeiro banquete para os cavadores de buracos.

E todos ficaram felizes.

Esther Lessa
Enviado por Esther Lessa em 25/07/2013
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