de onde vem?

De onde vem esta folha, este papel?

Acho que vem dos ventos, das nuvens, do céu.

E de onde vem essa tinta que escreve bonito assim?

Deve vir lá de Alagoas, de Maceió, enfim.

E esta caneta preta?

Comprei em Lauro de Freitas.

E o lápis, irmão da caneta?

Tirei no mato, botei carvão da gaveta.

E a gaveta vem da onde?

De longe, madeira de longe.

E este banco também é de lá?

Não, este eu mandei tio Arlindo fabricar.

E o tio Arlindo vem de que lugar?

Morava na Bahia, aos quinze chegou pra cá.

E Bahia de onde vem?

Do mar, das pedras, do povo de bem.

O que é povo? Quero saber.

É tudo, é ela é ele, eu, você.

E você, pai, também é de lá?

Lá de onde menina?

De lá, pai, daquele mato.

Não. Eu sou dali, daquela terra cor de mulato.

E o mulato cê não falou.

Ele vem da gente, depois que tudo se misturou.

E a mamãe também é da Bahia?

Sua mãe é da mesma terra das suas tia

Que terra, painho?

Terra, filha, de Belenzinho.

E o salsicha que late tanto?

Esse vem de tudo que é canto.

Abandonado, rejeitado, doado,

Achado, atropelado e até comprado!

E papai noel é lá da neve né pai?

Não filha vem de lá detrás.

Da onde pai que eu quero ver.

Amanhã eu mostro filha, entra, vai chover

E o que é a chuva e da onde vem?

Vem das lágrimas de Deus quando as crianças não obedecem a seus pais. É pai? Então vou dormir, vou sonhar com você, mamãe e titio.

Adriano Paulo
Enviado por Adriano Paulo em 04/07/2013
Código do texto: T4371990
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