Patinha feia

Era uma vez uma patinha

Branquinha como açucar,

Feliz , arrumava no ninho

Não tirava os filhinhos da cuca.

Cantava e tricotava

Esperando os 5 patinhos

Sentada sobre eles

Deixando-os bem quentinhos.

Depois de uns dias,

Numa manhã ensolarada

Do ovo menorzinho saiu um lindo patinho,

Branquinho, como a dona pata.

Um a um saíram do ovo

E os olhos da mamãe, cheios de lágrima.

Era tanta emoção,

Que mal se segurava.

Um, dois, três, quatro...

Ué, cadê o quinto pato?

Revirou todo o ninho

Encontrou o ovinho sob a palha.

Toc, Toc, Toc

Bicou a casca e chamou:

Tem alguém aí?

E casca Trincou.

Todos rodearam o ovo

Com os olhos bem abertos

Esperavam ansiosos outro patinho branco.

E o que veio? Um preto!

Que graça ele era,

Com sua peninhas brilhantes

Com olhos tão bonitos

Que pareciam diamantes.

Logo que saiu da casca foi dizendo:

Mamãe! Que linda você é...

Pulou e num instante estava em pé.

Todos em volta de bico aberto

Sem acreditar no que viam,

Um pato tem que ser branco, ora essa...

Se é preto não é pato, disso temos certeza!

Deixaram o patinho só.

Ele chorava de dar dó.

Saiu andando, triste e sozinho

Pensando sobre sua cor e na dor que lhe causaram.

Não escolhi, ser pato,

Nem ser preto, nem ser branco.

Como posso ser culpado por algo que não escolho?

A gente nasce e pronto!

E depois, que mal há nisso?

Quem disse que branco é mais bonito?

Porque acham isso, se o mundo é tão colorido?

E se tudo fosse preto, ou branco? Ai, que triste seria...

Enquanto andava pelo mato,

Olhando tudo a sua volta, ouviu: Tchibum!

E uns risos bem animados.

Vinham de perto, vinham do lago.

E ficou com cara de bobo ao conferir a cena.

Tinham bicos como o dele, e pés feito nadadeira!

Não, não eram só brancos, nem eram só negros.

E não há exagero em dizer que eram felizes...

Não eram patos, eram cisnes.

Todos juntos na mesma lagoa, na boa

Vivendo como uma família só.

Ninguém ficava sozinho

Dos mais novinhos até as vovós.

O patinho ficou ali olhando

Quando de repente alguém foi empurrando

Vamos lá, mergulhar

Patinhos também sabem nadar!

E assim, descobriu a amizade

Que sempre faz aparecer a beleza da gente.

Amizade é um tipo de amor que não vê cor

E só vê o que é importante.

O Patinho, cresceu por ali.

Aprendeu a pensar cisne.

Era um patinho preto

Mas era um patinho livre.

Não guardou mágoa, não.

Aprendeu uma grande lição.

A beleza de todas as coisas, não se vê com os olhos.

Sente-se, com o coração.

E a patinha

Branquinha como açúcar,

azeda como limão, coitada!

Confunde até peru com pavão.

Leda Gaivota
Enviado por Leda Gaivota em 03/06/2013
Reeditado em 03/06/2013
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