Marcos e a Páscoa.

                         
A Páscoa está se aproximando, e Marcos o filho de sete anos de Alberto e Tereza já está ancioso, quer comer ovos de chocolate. Quando vai ao mercado, não tira os olhos dos ovos dependurados, vive imaginando se aquilo poderia ser tudo seu.
                         Comer chocolate é gostoso, mas não pode exagerar, se não vai dar muita dor de barriga, mas isso não incomodava Marcos, era esperto e ia bem na escola, só não entendia o motivo do coelho trazer os ovos, ele não bota.
                         Sua professora, dona Izidora, começou a aula de segunda-feira, na mesma semana da Paixão de Cristo dizendo:
                         _O coelho da Páscoa é o símbolo da ferttilidade e o ovo é o símblo da vida, Páscoa é Vida!
                         Então, Marcos levanta a mão e pergunta:
                         _Nesta Páscoa ninguém vai morrer de bala perdida?
                         A professora engasga, tenta pensar numa resposta rápida, mas se vê enroscada com a pergunta de uma criança inocente, que pode inclusive ser a próxima vítima de uma violência sem controle, mas enfim responde:
                          _Vamos ter que rezar bastante para isso não acontecer, vamos pedir paz aos corações violentos!
                         Ao sair da escola onde Marcos estudava, vê correria na rua, fica sabendo que mais uma pessoa foi vítima de bala perdida. Fica impressionado, traumatizado, pede para seus pais para não ir mais a escola, tem medo.
                         Sua mãe, querendo distraí-lo, dálhe o Ovo de Páscoa, abre rápido e ao comer cada pedaço, derrama lágrimas, sua mãe pergunta:
                         _Por quê choras, Marcos?
                         Este responde:
                         _Páscoa é Vida!