AS LABAREDAS...

Ele olhava as labaredas admirado, pasmo, encantado

é que elas eram vivas, vivas por um pouco remoto tempo

era muito pouco o tempo de vida daquelas chamas

mas o suficiente para exercitar sua pequena imaginação.

Nisso... Via figuras estranhas que pareciam de outro mundo

via bicho - via o bicho, via bicho ruim

via assombração... As mesmas com que sonhou a noite passada

quando quase caiu da cama,

acordou molhado, ensopado

saiu correndo pra ninguém vê

lembrou quando mamãe que aos berros gritava:

Mexe com fogo não minino, senão ocê vai mijar na cama!

... Lembrar, lembrou

mas a magia das labaredas tanto o fascinou que voltou

e como um poeta tentando decifrar os encantos da natureza

ele, o menino de olhos arregalados e atentos aos movimentos

continuou a contemplar a figura que o detém, "pasmo".

Mandruvachá
Enviado por Mandruvachá em 11/04/2013
Reeditado em 11/04/2013
Código do texto: T4235224
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