CRIANÇA

Tens as mãos tão delicadas,

Olhos em eterno sonhar,

Os pés são como as asas inclinadas

Das aves voando sobre o mar.

És estrela no negror do céu,

Santa com diáfano manto.

Ponto de equilíbrio em escarcéu,

Suave nota de divino canto.

Jardim sagrado, primaveril,

Exalando perfume de rosas,

Quem dera deste odor sutil,

Pudesse eu escrever trovas.

Dorme, sonha com tuas fadas,

Com gnomos falando em algazarra,

E príncipes em lutas de espadas

Libertando a donzela da garra

Do bruxo que mora na montanha.

Criança, teu mundo é único,

E invadi-lo ninguém proponha,

Pois partiria o cordão fluídico

Por onde Deus revela todo dia

Os segredos da inocência e da pureza

Dos infantes, deuses da alegria,

Que fazem a vida plena de beleza.

19/03/07.