O VENDEDOR DE PAMONHA
Olha a pamonha! - Olha a pamonha! - Olha a pamonha!
Aquele chamado ecoava por entre os prédios do centro da cidade. Era o vendedor de pamonha. Todos os dias ele aparecia com seu carrinho, gritando para todos ouvirem. Estava sempre alegre, assobiava canções, brincava com as pessoas, dava tchauzinhos para os que estavam nas va
randas. E numa dessas varandas, todos os dias, uma menina olhava o homem gritar. Seu semblante era triste, não sorria, não dava tchauzinho para o vendedor de pamonha.
Certo dia, de manhã, ele parou seu carrinho para descansar em frente ao prédio da menina. Ela estava lá. Olhou-o com indiferença, como sempre. O homen então perguntou, com um sorriso:
- Você gosta de pamonha?
- Não! - respondeu friamente a menina.
- Quer experimentar essa aqui, que eu mesmo faço?
- Já disse que não gosto! - retrucou a garota.
O vendedor de pamonha tomou um pouco de água, pegou seu carrinho, olhou com ternura para a menina, e seguiu seu caminho.
Muito tempo se passou, e o homem continuava seu trabalho nas ruas da cidade, mas , nunca mais viu aquela menina. Resolveu tocar o interfone, para perguntar sobre a menina. Uma mulher disse que a garotinha estava morando em um orfanato, pois tinha perdido seus pais havia alguns meses. Ela apenas informou o endereço do orfanato.
Era época do natal, e o vendedor de pamonha foi visitar a menina sem que ela soubesse.
Quando disseram que havia alguém querendo vê-la, a menina ficou surpresa, e tentou olhar no pátio para ver quem era. De repente ela escutou um grito que fez seu coração pular: Olha a pamonha! - Olha a pamonha!
Os dois se abraçaram, e a menina perguntou qual era o nome dele. Ela , então , comeu um pedaço da pamonha e gostou muito.
A partir desse dia, ficaram amigos e o vendedor de pamonhas passava toda semana na porta do orfanato, gritando:
Olha a pamonha! - Olha a pamonha!
Fim.