Na terra dos Broncolocos
A terra dos Broncolocos é a nossa terra também
Mas de onde eles vieram nem mesmo eles sabem bem
Até porque broncoloco costuma não saber nada
Quando perguntados, chegam até a dar risada
Uns ficam com raiva, outros inventam uma história tonta
Mas a maioria responde: não é da sua conta.
Broncoloco não de nada, nem mesmo fazer conta
Só sabem de uma para qual tem resposta pronta
Seis vezes seis é trinta e seis
Se pergutar seis vezes sete, respondem: Passou sua vez.
E assim levam a vida, sem eira nem beira
Quando vão se sentar, sentam-se não chão, e não na cadeira.
Eles são pequenininhos, tem em torno de um metro de altura
Mas para arranjar confusão, são uma grande criatura
Broncoloco tem sempre um comportamento reprovável
E geralmente de tudo que fazem, nada se tira de aproveitável
Mas como não ter simpatia mesmo na crueldade
Broncoloco mesmo quando não quer, é vítima da humildade
Mas Broncolocos não são loucos, são apenas não normais
Como quem vive no mato, conversando com animais
Mas só que de vez em quando, vivem um tempo entre nós
Depois largam tudo de lado, e preferem viver sós
Broncoloco é assim, um dia de um jeito e depois muda tudo
Só não mudam seu jeito de ser, teimoso e carrancudo
Cada um tem uma mania, dizem uns “um dom especial”
Podem até fazer coisas que não pode um simples mortal
Mas de nada lhe adiantam conseguir o é difícil
Pois não sabem aproveitar, o que geram por meio de artifício
Broncoloco não aproveita muita coisa, só o que querem na hora
Depois deixam tudo de lado, escolhem um rumo e vão se embora
Ao todos eles são em duzentos, broncolocos e broncolocas
Não se conhecem todos, uns só se ouviram de boca
Mas muitas vezes se cruzam, ao zanzarem por ai
E ai criam cada história, que eu vou contar aqui.
Mas antes das histórias, não vamos esquecer de nenhum
Broncolocos e broncolocas, vou contá-los um por um.