A abelhinha feliz
Era uma vez uma abelha.
Mas essa abelhinha era diferente de todas as outras abelhas...
Ela não gostava de mel.
Gostava de papel.
Papel de princesa.
Papel de bruxa.
Papel de cuca.
Papel de fada.
Papel de sereia.
Abelhinha gostava de um faz de conta.
Queria perder um sapatinho.
Ter uma enorme trança.
Ver seu nariz crescidinho.
E até assustar criança.
Com caretas.
Seres de outros planetas.
E monstros tirados de maletas.
Ou gavetas.
Abelhinha queria viver um romance.
Podia ser como a Dama e o Vagabundo.
Romeu e Julieta.
Ou a Bela e a Fera.
Mas queria casamento,
Rotina e divertimento.
Varrer a casa com vassouras voadoras.
Fazer comida em caldeirões encantados.
Cozinhar feijões mágicos.
Tirar o pó de tapetes voadores.
E dar comida para gatos de botas.
Queria ter amigos verdadeiros,
Arteiros, talvez Três Mosqueteiros:
Um elefante com orelha grande.
Um soldadinho de chumbo apaixonadinho.
Um flautista muito artista.
Abelhinha queria aproveitar lugares e jantares.
Comer tapioca na oca.
Comer brigadeiro no picadeiro.
Comer torta na horta.
Comer chiclete na lanchonete.
Abelhinha queria conhecer palavras de brinquedo.
Se havia girassol, podia haver giralua?
Se havia catavento, podia haver catachuva?
Se havia couve-flor, podia haver couve-amor?
Abelhinha queria ser atriz,
Mas com seu jeito de aprendiz,
Já era muito, muito feliz!...