O urso bailarino

Num reino distante, mas bem perto da Terra da Fantasia, vivia um urso.

Não apenas urso.

Urso escritor.

Urso poeta.

Urso cantor.

Urso atleta.

Mas o seu sonho mesmo, mesmo, mesmo era ser...

Era ser...

Era ser...

Bailarino!...

Um urso?...

Verdade.

Ninguém acreditava.

- Gordinho Doidinho! – diziam os elefantes.

- Gordinho Tontinho! – diziam os rinocerontes.

Você acredita?

O urso não apenas sonhava.

Batalhava.

Procurou várias escolas.

Escola de Balé. Recebeu um não.

Escola de Balezinho. Recebeu um nãozinho.

Escola de Balezão. Recebeu um naozão.

Desabou sua tempestade.

O urso se encolheu. Caiu água em forma de lágrima.

O povo da floresta se recolheu. Caiu água em forma de chuva.

De repente, a Natureza parecia uma Escola.

E o urso, em recuperação, se mostrou um bom aluno.

As árvores bailavam, bailavam, bailavam...

O urso as imitou.

As flores gingavam, gingavam, gingavam...

O urso as imitou.

Os passarinhos rodopiavam, rodopiavam, rodopiavam...

O urso os imitou.

Os macaquinhos sambavam, sambavam, sambavam...

O urso os imitou.

O povo da floresta acompanhava, encantado, o espetáculo, das janelas.

Tomando chocolate quente.

Comendo bolo de milho.

Escaldando os pés.

O povo da floresta acompanhava, encantado, o Balé da Chuva, das janelas.

O urso recriava movimentos.

O urso reinventava sentimentos.

O urso renovava esperanças.

Até que sua tempestade passou.

E o povo da floresta se confraternizou.

Uma salva de beijinhos estalados!

Uma salva de abraços apertados!

Uma salva de cafunés mágicos!

Uma salva de palmas para o balé,

Na pontinha do pé!

Até!...

Kate Lúcia Portela
Enviado por Kate Lúcia Portela em 26/12/2012
Código do texto: T4054498
Classificação de conteúdo: seguro