O coelhinho fantasista
Era uma vez um coelho que não gostava de cenoura.
Nem crua,
Nem refogada.
E nem ralada na salada.
Ele tinha fome de histórias.
De sereias.
E de baleias.
De princesas adormecidas.
E de feras enfurecidas.
De reizinhos.
E de porquinhos.
Ele tinha fome de doces fantásticos.
Macarrão de chocolate.
Pastel de algodão doce.
Lasanha de paçoca.
Nhoque de jujubas.
Empadão de maria-mole.
Mas não havia quem lhe contasse histórias...
Mas não havia quem lhe preparasse doces fantásticos...
Até que conheceu uma menina.
A contadora de história:
Vitória!
Então, ouviu muitas histórias, guardadas em nossa memória.
Histórias de bruxas e casinhas de doces.
Histórias de velhinhas e panelinhas de mingau doce.
Histórias de vovós e cestas cheia de doces.
E mais.
Histórias de abóboras que viravam carruagens.
(Bem que podiam virar doce de abóbora...)
E a história dos rabanetes?
Foram roubados da horta!
(Bem que podiam ser uma torta...)
Ainda havia a história do pé de feijão.
(Bem que podia ser um brigadeirão...)
O coelhinho fantasista estava Encantado.
Fascinado.
Entusiasmado.
Com as historinhas e com as comidinhas!
A fome, porém, não passou...
Apenas aumentou.
Afinal, as histórias alimentam a imaginação,
E ela... não acaba, não!...