A raposinha LOLY e o coelho ZUKI (IV)


A raposinha Loly passara uma semana difícil. Por estar febril nos primeiros dias, pedia  água para beber a todo momento.
O coelho Zuki andava muito atarefado e preocupado com a saúde da sua amiga Loly. Em poucos dias, ele tivera que aprender muitas coisas da vida na mata, para poder ajudar sua amiga e providenciar comida, remédio e água para ela.
Tutuko aparecera de vez em quando para saber do estado de saúde de Loly e ensinar  Zuki sobre ervas medicinais. Mas o maior problema para ele, era transportar água potável até a caverna.
Numa manhã, Zuki estava na mata à procura de frutas frescas para alimentar Loly. Procurava no meio das folhagens alguma fruta caída no solo e desabafou desanimado:
- Ah! Se eu tivesse habilidade para subir em árvores! Talvez Loly já estivesse mais recuperada do tiro que levou.
Mal acabara de desabafar e um barulho forte cortou o silêncio da mata e logo algo pesado caiu no chão, bem ao lado dele. Assustado, ele deu um salto e olhou para a bola caída próximo dele. Ia tocar na mesma, quando escutou alguém do alto do coqueiro:
- Oh coelho ladrão! Deixa meu coco onde está, senão o próximo pode acertar sua cabeça. – ameaçou o macaquinho.
- Desculpe aí. Para que serve um coco? Parece pedra. – perguntou curioso.
- Para comer. Eu adoro! – Enquanto falava, o macaquinho ia descendo habilidoso o tronco do alto coqueiro.
Zuki tocou no coco e perguntou: - Como se come esta fruta. Parece pesada e dura.
- Então apenas observe coelho Zuki.
- Como sabe o meu nome?
- Aqui as notícias correm como o vento. – E pegando o coco, procurou uma grande pedra e começou a bater a fruta na mesma, até ela rachar ao meio.
O macaquinho era muito habilidoso e assim que o coco se partiu, ele ofereceu:
-Quer experimentar? É muito gostoso. A água desta fruta é tudo de bom. Pena que quase tudo se perde desta maneira.
- Será que Loly ia gostar de comer coco?
O macaquinho argumentou:
- A Loly comendo coco? Impossível. Queria ver esta cena. – E se pôs a gargalhar.
- Porque está falando isto seu... Como se chama?
- Me chamo Lipi. A Loly só gosta de caça. Eu conheço aquela raposinha esperta.
- Está bem, mas só consigo poucas frutas aqui na mata. Ela ainda não pode voltar a caçar... Água então, nem se fala. Tá difícil. A sapinha Mari me ensinou um jeito de levar água até a caverna, mas é insuficiente.
- Bom! Tenho a solução. Olhe para a casca deste coco. Ele não lembra um pote?
Zuki coçou uma de suas orelhas e feliz agradeceu:
- Ótimo! Amigo Lipi, Você salvou a vida da minha amiga.
Curioso Lipi perguntou:
- Como fazia para levar água até a casa de Loly?
-Mari pegou uma folha bem grande de uma planta e fez um canudo com ela. Mas até chegar à caverna, quase toda água se perdia...
- Conheço a Mari... Ela é uma sapinha bonitinha e muito esperta. Mas reconheça que a minha idéia é bem melhor.
Zuki agradeceu o presente de Lipi e voltou ao seu trabalho, carregando consigo a metade da casca do coco.

Quando Zuki chegou ao rio para pegar água, Mari estava por lá. Em vez de estar se banhando, permanecia deitada sobre uma imensa folha à beira do riacho. Logo que percebeu a presença de Zuki, perguntou por Loly:
-Como vai a nossa amiga Loly? Melhor hoje?
-Sim! Vim buscar mais água para ela. E você o que faz fora do riacho?
-Estou de olho num príncipe encantado e preciso estar linda e bronzeada para o meu primeiro encontro com ele amanhã.
-Tome cuidado com este sol. Pode desidratar...
- Por acaso sou besta? Comigo é tudo na medida certa. Um pouco de sol e muita água. Ademais, choveu na noite passada e aqui está uma piscina muito agradável.

Com o pote feito da casca de coco, Loly podia beber água a vontade e elogiou:
- Zuki. Você rapidinho aprendeu a se virar na mata, mas cuidado com os predadores. Eu, mesma, estou com saudades de uma caça.
- Logo sua perna vai estar curada. Então poderá sair para caçar novamente. Tenha um pouco de paciência.

Todo dia era um novo desafio para Zuki: Encontrar comida para si e para Loly. A estação das frutas silvestres já estava no fim. Tinha dias que precisava afastar-se muito da caverna para encontrar alguma fruta jogada ao solo.
Um dia, ele andou tanto pela mata à procura de comida, que avistou uma clareira. Será que algum humano estava derrubando árvores da reserva florestal?
Curioso, decidiu verificar se suas suspeitas tinham fundamento. O quadro que presenciou, deixou-o apavorado. Loly tinha razão quando afirmava que a mata estava cada vez menor e o número e espécies de animais também.
Naquele dia, ele voltou triste para casa. A imagem das árvores tombadas no chão pelas potentes máquinas dos homens, não saía da sua mente. Quase se perdera no caminho de volta, tão perturbado ficara com a situação.
Saíra de casa com o objetivo de encontrar alimento para si e para Loly e nenhuma fruta encontrara. Como faria para alimentar sua amiga adoentada?


A esquilinha Jozi observava Zuki do alto da sua árvore favorita. Ele vinha triste e cabisbaixo.
- Psiu ! Parece triste hoje?
Zuki procurou em meio às plantas e por fim descobriu Jozi meio camuflada entre os troncos da árvore gigante:
- Ah! Te encontrei...Mas você é nova por aqui?
- Não! Vivo por aí e já cansei de vê-lo saltitando por estas trilhas. Hoje não encontrou comida para sua amiga Loly?
Triste, ele respondeu: - Não! Nem uma frutinha. Também, se eu pelo menos conseguisse subir em árvores...
- Nunca tentou subir?
- Já tentei... Até consegui dar um pulo até o tronco, mas foi só isto que consegui.
- Aí fica difícil. A concorrência por aqui está grande. É preciso sorte para encontrar frutas jogadas no chão. Por hoje, resolvo o teu problema. Tenho um pequeno estoque de nozes e vou te ceder algumas.
- Nossa! Como todos são legais aqui na mata. Já conheci o ratinho Tutuko, a tartaruga Esmeralda, a sapinha Mari, o macaquinho Lipi e agora você.
- Sou Jozi, mas facilmente me confundem com minha irmãzinha Tati ou o Kako.
- Bom Jozi, preciso voltar para casa. Muito obrigada por salvar meu dia e o de Loly. Também estava triste porque os homens estão destruindo a mata aqui perto.
- Outra vez – Jozi lastimou inconformada. Onde está acontecendo isto?
- Do lado de onde vim andando. Vi árvores gigantes tombando no chão. Mas preciso ir andando. Loly já deve estar desesperada. A coitadinha não pode fazer nada, além de olhar para a mata ou dormir. Até outra hora Jozi
E Zuki retornou para a caverna para alimentar sua amiga Loly com as nozes que a esquilinha lhe dera. Se Lipi conseguira abrir um coco, ele também conseguiria quebrar as nozes para dar de comer para Loly. E assim o fez.

Escrito por Cristawein
Cristawein
Enviado por Cristawein em 03/11/2012
Reeditado em 18/10/2022
Código do texto: T3966682
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