Que língua é essa?
Na semana que se comemora o folclore brasileiro, a professora Cláudia propôs que os alunos pesquisassem sobre palavras ou expressões pitorescas, estranhas ou até mesmo engraçadas, usadas principalmente pelas pessoas mais velhas. Eles deveriam saber também o significado de cada uma das palavras. Os alunos poderiam perguntar para os pais, vizinhos ou qualquer pessoa da cidade.
Marco era um dos alunos da professora, e quando chegou em casa já ficou meio chateado, pois os seus pais estavam viajando, e sua tia , ainda bem jovem, não sabia de nenhuma palavra desse tipo.Conversou com alguns vizinhos sobre o assunto, mas não conseguiu muita coisa. Cada vez mais desanimado, Marco começou a andar pelas ruas próximas de sua casa quando escutou alguém chamando:
_ Ei garoto! Por que está tão RAUSMICHUBRIADO?
_ Marco olhou e viu que era uma velha índia que quase não falava com
ninguém.
_ Menino, você está muito MACAMBUZIO e CABISBUNDO!
_ Você está me xingando? disse Marco.
_ Não, respondeu a índia.
_ Então porque está falando essas palavras? Que língua é essa?
_ Só estou dizendo que você está desanimado, pra baixo...
Marco achou aquelas palavras interessantes e pediu a velha que escrevesse pra ele.
_ Eu não sei ler e escrever.Só sei aquilo que aprendi com meus pais.
Marco foi correndo pra sua casa e trouxe papel e lápis, e pediu que ela soletrasse as palavras. Com muita dificuldade ele conseguiu escrever.
No dia de apresentar a pesquisa, Marco ficou meio cabisbaixo, pois os outros alunos mostraram várias palavras e expresssões que todos sabiam o significado.
Quando chegou a sua vez, meio sem jeito escreveu no quadro:
RAUSMICHUBRIADO, MACAMBUZIO, CABISBUNDO.
A professora Cláudia perguntou meio desconfiada:
_ Que língua é essa? O que significa tudo isso?
_ Significa o que estou sentindo agora, meio chateado, pra baixo...
Logo depois disso houve uma votação e Marco ficou em primeiro lugar.
Agora ele estava feliz. RAUSMICHUBRIADO, MACAMBUZIO e CABISBUNDO eram palavras que ele sempre usava, mas não pelo significado, mas pela magia que transforma coisas aparentemente feias em pura beleza.
Fim.
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