CARRINHO DE ROLIMÃ
Quando eu era criança,
ficava olhando os garotos,
descendo as ladeiras com
seus carrinhos de rolimã;
me dava bastante aflição:
eles desciam na embalada,
naquela correria danada e,
lá embaixo, só brecavam
com a palma da mão; às
vezes, também meu irmão,
mostrava-nos sua aptidão.
Voltava todo esfolado, com
pernas e mãos machucadas,
se alguém questionava, ele
dizia que não era nada e
nem sequer ele chorava;
limpava a sujeira da roupa,
ajeitava-se um pouco e lá
ia de novo com seu rolimã.
Agora eu entendo eles, pois
era uma brincadeira sadia,
despertava a adrenalina e
nenhum mal lhes fazia, além
de aflorar a sua ousadia!