CARRINHO DE ROLIMÃ

Quando eu era criança,

ficava olhando os garotos,

descendo as ladeiras com

seus carrinhos de rolimã;

me dava bastante aflição:

eles desciam na embalada,

naquela correria danada e,

lá embaixo, só brecavam

com a palma da mão; às

vezes, também meu irmão,

mostrava-nos sua aptidão.

Voltava todo esfolado, com

pernas e mãos machucadas,

se alguém questionava, ele

dizia que não era nada e

nem sequer ele chorava;

limpava a sujeira da roupa,

ajeitava-se um pouco e lá

ia de novo com seu rolimã.

Agora eu entendo eles, pois

era uma brincadeira sadia,

despertava a adrenalina e

nenhum mal lhes fazia, além

de aflorar a sua ousadia!

Marlene Couto
Enviado por Marlene Couto em 19/09/2012
Código do texto: T3889535
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