A Rosa Branca .Tomo 3 - A História da Mimi

A História da Mimi

Pelo caminho, o sábio guardou dois belos favos de mel na sua sacola de pele. “São para o urso” disse ele, a sorrir. E acrescentou “Os ursos são doidos por mel. Um favo será para eu poder entrar, e o outro para eu sair.”

Chegaram à entrada da gruta da Titi, e lá estava o Urso, a rugir ameaçadoramente.

Sem medo, o corajoso sábio ofereceu um dos favos de mel ao enorme bicho. O mel era tão bom que o urso esqueceu tudo e pôs-se a comê-lo.

Os três companheiros entraram na gruta e lá estava a Titi, numa cadeira de baloiço, a fazer o seu tricô. O Branquinho perguntou à Titi porque é que aquele urso estava tão zangado. Ela disse que ele fora criado desde pequeno pela Mimi, e quando esta fora embora e ficara má, o urso ficara sozinho, e por isso estava sempre tão furioso: porque se sentia sozinho sem a Mimi.

“A Mimi já foi boa?” perguntou o branquinho.

A Titi então contou que há muito tempo, a sua irmã Mimi era uma menina boazinha que adorava brincar com o seu ursinho. Gostava também de todos os bichinhos do bosque e passava muito tempo a cuidar das bonitas flores do seu jardim, que antigamente existia à entrada da casa delas. Mas um dia houve uma grande tempestade que destruiu o seu adorado jardim. Fizera um vento tão forte e uma chuva tão torrencial que não sobrara uma única flor num canteiro que fosse. Então a Mimi ficou tão zangada com isso que nunca mais gostou de coisas fofinhas e bonitas da natureza, como flores e bichinhos. Transformara-se numa bruxa. Mas havia uma maneira de mudar isso. Na montanha mais alta havia uma Rosa Branca que teria o poder de acalmar o coração da Mimi, pois rosas eram as antigas flores preferidas da agora bruxa. E esta rosa era de um branco mágico, capaz de branquear o mais negro dos corações. Mas havia dois problemas: o primeiro é que a montanha era tão alta que não se sabia de ninguém que tivesse conseguido chegar ao topo. O segundo é que no cimo da montanha a rosa era guardada por um elefante de muito, muito mau humor. “Um elefante em cima de uma montanha?” estranhou o sábio “Nunca tal vi.” A Titi explicou que era um elefante tão traquinas e malandro, que um feiticeiro o enviou para o cimo da montanha, para não incomodar mais ninguém. Só que isso enfureceu o elefante ainda mais, e aí de quem se aproximasse.

Agradeceram à Titi e saíram da gruta. Deram o segundo favo de mel ao urso, que ainda lambia os beiços do primeiro. O Urso agradeceu e disse que seria sempre amigo de quem lhe oferecia tão delicioso mel. O sábio perguntou-lhe se sabia aonde era a montanha mais alta. O urso disse que sim, mas que era impossível de subi-la, de tão alta que era. Mas ele tinha uma amiga que podia ajudá-los.

Quem seria a amiga do urso? E como poderia ajudá-los?

A seguir: "A Grande Águia"