PERIGO NO MAR
A temporada de pesca começou. Os pescadores saíram para o mar com seus barcos abastecidos de água, comida, e principalmente de anzóis, redes e arpões.
O mar estava agitado porque uma tempestade se aproximava do continente. Mesmo sabendo dos riscos, os pescadores continuaram navegando. No total eram sete barcos.
Quando chegaram perto de uma pequena ilha formada por pedras, eles começaram a jogar as redes e lançar os anzóis. Sempre que pescavam nesse lugar pegavam muitos peixes, lagostas e camarão.
Um casal de golfinhos que viviam perto da ilha de pedras, observavam os pescadores, nadando próximo dos barcos. Eles ficavam por alí para se alimentar dos peixinhos que escapavam das redes.
Mas naquele dia os cardumes de peixes haviam sumido. Os homens não conseguiram pegar nenhum peixe, e por isso ficaram furiosos com os golfinhos, pois achavam que eles espantavam os peixes com seus pulos e o barulho que faziam.
Um pescador jogou um arpão na direção dos golfinhos mas não acertou. Os golfinhos se retiraram e ficaram bem distantes dos barcos.
Quando a tempestade chegou, os barcos voltaram para a praia. Apenas um ficou no mar. Justamente aquele no qual um homem atirou o arpão nos golfinhos.
Os ventos ficavam cada vez mais fortes, e chovia muito. Era um verdadeiro furacão. As ondas chegaram a cinco metros de altura e o barco era jogado de um lado para outro. Nada podia ser feito.
Uma grande onda cobriu o barco, fazendo com que ele perdesse totalmente a direção, indo direto para as pedras.
O barco partiu-se ao meio e afundou.
Os pescadores pularam na água e nadaram até a ilha de pedras. Mas o homem do arpão não conseguiu nadar, pois estava ferido. Os outros gritavam, mas ele, quase desacordado, apenas boiava e sangrava muito. Aquele sangue atraiu um grande tubarão branco. Ele é o terror dos mares. O homem ia ser devorado por ele.
Mas os golfinhos, percebendo o que estava acontecendo, começaram a pular e fazer muito barulho para confundir o tubarão. O tubarão desviou a atenção e começou a perseguir os golfinhos. Como são muito inteligentes, conseguiram despistá-lo escondendo no meio das pedras.
Foi o tempo necessário para que os outros pescadores pudessem salvar o homem ferido.
Alguns dias se passaram, e aquele homem, usando outro barco, voltou para a ilha de pedras. Ele queria encontrar os golfinhos que salvaram sua vida.
Dessa vez ele não levou arpão, e sim uma sacola cheia de peixes para dar aos golfinhos. Esperou o dia todo, mas eles não apareceram.
Ao entardecer o homem jogou os peixes no mar, olhou ao seu redor, e agradecendo à natureza, chorou...
Fim.