O CIRCO
Luizinho estava escutando o rádio de seu pai quando ouviu a notícia que pela primeira vez um circo estava chegando na sua cidade. Ele deu um pulo de alegria, pegou a bicicleta e foi avisar os seus colegas de escola e todos que conhecia.
No dia que o circo chegou, Luizinho acordou bem cedo e junto com vários amigos, queria ver de perto o que havia dentro dos caminhões. Chegando lá, ficaram admirados com tudo aquilo. O circo estava sendo montado. Pessoas andavam de um lado para o outro. Nas jaulas cobertas com lonas dava pra ouvir os animais, principalmente o elefante e os macacos. Mas havia também um casal de leões e um tigre.
Um palhaço, chamado Pimpão, andava entre as pessoas, sorridente, distribuindo balas e convidando todos para a estreia do circo.
Montaram o circo num terreno plano, ao lado do rio que cortava a cidade. Estava tudo perfeito. O espetáculo ia começar naquela noite. Todo mundo já estava se preparando para ir ao circo.
Luizinho estava tão ansioso que olhava para o relógio toda hora. Era como se o tempo tivesse parado. Apesar dos animais serem uma grande atração, o que ele mais queria ver era o palhaço Pimpão.
Mas, duas horas antes do início do espetáculo, começou a ventar muito na cidade. E junto com o vento apareceram nuvens escuras e muitos raios. Parecia que ia chover muito. E choveu.
Choveu tanto que o rio transbordou, alagando toda a área onde estava o circo. Tudo ficou debaixo d'água. Os animais tiveram que ser retirados e levados para um local mais alto. As caixas de som, as roupas e todos os outros objetos estragaram. Não havia mais circo. O espetáculo terminou antes de começar. A tristeza tomou conta da cidade. E a chuva continuou a noite toda.
Quando amanheceu o dia, Luizinho foi direto para o lugar onde estava o circo. Já não chovia mais. O rio tinha voltado ao normal.
Andando no meio dos caminhões, Luizinho escutou alguém chorando. Era o palhaço Pimpão. O palhaço disse que estava triste porque não pôde fazer a criançada sorrir.
Luizinho foi pra casa desanimado e triste, pensando no rosto daquele palhaço. E disse pra si mesmo:- Palhaço não foi feito pra chorar e sim para sorrir. Vou dar um jeito nisso!
Chegando em casa, ele montou na bicicleta e foi depressa pra escola conversar com a diretora. A diretora gostava muito de Luizinho e escutou atentamente o que ele dizia. Saindo da escola, com um semblante alegre, Luizinho foi procurar o palhaço Pimpão e convidá-lo para ir à escola. O palhaço não entendeu o motivo mas resolveu ir com o menino.
Eles entraram na escola, e , andando pelos corredores, o palhaço percebeu que havia algo errado, pois todas as salas estavam vazias. De repente ele escutou uma multidão de crianças gritando em côro:_ "Pimpão, Pimpão". Quando chegou na quadra da escola, ficou emocionado. Centenas de crianças estavam sentadas na arquibancada esperando que Pimpão desse um espetáculo. E ele deu o espetáculo: contou piadas, brincou com a plateia, fez truques e mágicas.
Quando terminou, ele olhou para Luizinho e começou a chorar.
O menino disse, então:- Mas você continua chorando?
_ Sim, Luizinho. Mas não são lágrimas de tristeza, e sim de muita felicidade.
Fim.