PINGOLÉ – O GALO GARNIZÉ

Canta sempre às quatro

No galinheiro do quintal

Acordando até a passarada

O galo da madrugada.

Era só um branco pintinho

Chegado numa ventania.

É seu – perguntei ao “seu” Zé-

Este pintinho garnizé?

Né, não! Disse ele rindo a beça.

Fiquei com o branco pintinho,

Criado com milho e verdura

Tornando-se amigo de travessura.

Meu irmão ria de mim

Chamando-me mãe do pintinho anão

E gritando para todos ouvirem

O chamou de Pingolé.

O primeiro canto foi às seis horas

Ciscando o chão e estufando o peito.

Disse meu avô segurando o copo de leite:

Eita! Como canta o tal de Pingolé!

Ele cresceu, tornou-se um lindo galo,

E me reconhece quando falo.

Famosa ficou no meu bairro

A história dessa mágica avezinha

Talvez enviada por Deus,

Nas asas daquele ventaréu,

Para eu amar de verdade

O meu galinho Pingolé.

09/02/07.

(história em versos para o meu neto, para fazê-lo gostar de poesia)